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Brasil encosta nos EUA no agronegócio

Mesmo com o dólar baixo e quebra de safras, o Brasil avança no mercado externo no setor do agronegócio e começa a encostar nos Estados Unidos, um dos principais líderes na comercialização internacional desses produtos.

Esse avanço brasileiro se deve à diversificação das exportações. Há algumas décadas, o país dependia basicamente das vendas de café e de suco de laranja.

Essa diversificação permite que quando a produção agrícola cai -como ocorreu nos dois últimos anos-, o país aumente as divisas com produtos novos na lista de exportações ou ganhe novos mercados para os itens tradicionais.

Entre os novos produtos que o país coloca no mercado está o álcool, cujas receitas superam US$ 600 milhões por ano. Entre os tradicionais, estão as carnes, que, hoje em mais de 150 mercados, superam US$ 6 bilhões por ano.

Já os Estados Unidos, além de não colocarem novos produtos no mercado externo, perdem participação em tradicionais devido a problemas climáticos e sanitários.

Há dez anos, os EUA faturavam US$ 54,6 bilhões com as exportações no setor de agronegócio e gastavam US$ 29,9 bilhões com importações. O saldo era de US$ 24,7 bilhões. No mesmo período, o Brasil começava a ganhar o mercado externo e exportava o correspondente a US$ 21 bilhões, com saldo de US$ 12 bilhões.

Neste ano, os Estados Unidos devem exportar o correspondente a US$ 62 bilhões, mas as importações vão subir para US$ 57,5 bilhões. O saldo recua para apenas US$ 4,5 bilhões.

O Brasil, se repetir os dados conseguidos nos últimos 12 meses até agosto, exporta o correspondente a US$ 41,6 bilhões e eleva o saldo comercial do agronegócio para US$ 36,6 bilhões.

Em 1996, os Estados Unidos exportavam 185% a mais do que o Brasil no setor de agronegócio. Neste ano, a diferença caiu para 49%. No próximo ano, se houver uma recuperação da produção de grãos, principalmente de soja e de milho, dois itens da pauta de exportação do Brasil, a diferença deve cair ainda mais.

As estimativas do Departamento de Agricultura são dramáticas para os norte-americanos no próximo ano. As exportações devem subir para US$ 63,5 bilhões, mas o saldo do setor recua para apenas US$ 2,5 bilhões, o menor em várias décadas.

Em alguns produtos, como soja e milho, Brasil e EUA sofrem as mesmas conseqüências dos preços externos, mas os brasileiros devem levar vantagem em vários itens no próximo ano.

Entre eles, o álcool, que deve ter maior demanda devido aos elevados preços do petróleo. Outro produto que começa a render mais para o país é o café, graças à recente recuperação dos preços.

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