
“A Guatemala está pronta para aderir a um programa de etanol e se juntar a mais de 60 países no mundo que já utilizam o biocombustível em sua matriz de transportes. Criaremos, assim, um mercado mundial para o etanol e transformarmos o biocombustível em commodity com valor global”, destacou a embaixadora do Brasil na Guatemala, Vera Cíntia Álvarez, na abertura da primeira edição do Sustainable Mobility: Ethanol Talks Guatemala.
O evento, promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), reuniu na terça-feira, dia 3 de maio, na Cidade da Guatemala, especialistas, autoridades e pesquisadores, do Brasil e da Guatemala, para discutir os benefícios e os desafios relacionados à implementação de uma mistura de 10% de etanol na gasolina pelo país da América Central.
Durante a abertura, o ministro de Energia e Minas da Guatemala, Alberto Pimentel, destacou que o Ethanol Talks possibilita uma oportunidade de aprendizado com a experiência brasileira e contribui para o desenho de uma política de utilização e mistura de etanol na Guatemala. “Produzimos etanol, mas não o utilizamos. Deveríamos tirar mais proveito dos benefícios do biocombustível, mas acredito que o futuro na Guatemala será muito mais verde num curto espaço de tempo”, reforçou o ministro.
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“Estamos vendo que, mais uma vez, esse formato do Ethanol Talks traz ganhos impressionantes. Para nós brasileiros, fica reforçado o grande ativo que temos no país, que é a produção, o consumo e o incremento desses parques de bioenergia que nossas usinas estão se transformando. Por outro lado, é fantástico ver como a gente pode contribuir com os países que desejam elevar ou implementar a participação do etanol na sua matriz de transportes”, ressaltou o presidente da UNICA, Evandro Gussi.
Emissões evitadas
Atualmente, mais de 60 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem algum nível de mistura de etanol na gasolina. No Brasil, o uso de etanol por quase 50% dos carros do Ciclo Otto (veículos leves) evitou a emissão de 600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Na Guatemala, com uma política efetiva que implemente a mistura de 10% de etanol na gasolina é possível evitar a emissão de aproximadamente 250 mil toneladas de CO2 anualmente. A medida contribuiria para o país centro-americano atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. A meta dos guatemaltecos é diminuir 11% de suas emissões globais de CO2 até 2030.
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De acordo com a diretora-executiva da Associação de Combustíveis Renováveis da Guatemala (ACR), Aída Lorenzo de Juaréz, o potencial para implementação de mistura é evidente, e o Brasil pode contribuir para tornar essa política uma realidade. “Acredito que esse evento é muito importante para nosso país porque abre os olhos de muitas pessoas que não conhecem o tema, abre os olhos para todos os benefícios que poderíamos ter e que hoje em dia não estamos tendo”, disse Juaréz.
Produção

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Conversas pelo mundo
Os seminários Sustainable Mobility: Ethanol Talks tiveram início em 2020, na Ásia. Foram realizadas edições em Nova Déli (Índia), Bangkok (Tailândia) e Islamabad (Paquistão). Um dos resultados desse intercâmbio é o Memorando de Entendimento, assinado no dia 21 de abril deste ano, pela UNICA e a Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (SIAM). O documento prevê uma série de iniciativas focadas em políticas para reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa a partir do uso de etanol. Também estabelece o intercâmbio de informações sobre biomassa e acesso ao mercado e sustentabilidade dos biocombustíveis, além da criação do Centro Virtual de Excelência em bioenergia.