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Brasil e EUA: acordos em sustentabilidade e educação predominam

Ainda que a presidente Dilma Rousseff tenha feito críticas claras à política econômica expansionista dos Estados Unidos, o tom geral do encontro entre os dois países nesta segunda-feira foi cordial e mostra avanços significativos. Foram firmados Memorandos de Entendimento nas áreas de aviação civil, construção, energia, segurança alimentar, agronegócio, além de acordos de cooperação com 14 universidades dos Estados Unidos. Nesta terça-feira, a presidente iniciará visitas no MIT e em Harvard, dois dos principais centros de ensino superior dos Estados Unidos e do mundo.

Entre os acordos firmados entre os dois governos está um projeto de construção de moradias sustentáveis no Brasil utilizando tecnologia americana, o desenvolvi mento de biocombustíveis além do que já havia sido anunciado pela Boeing no final de março e uma colaboração mais ampla entre empresas para o desenvolvimento de outras energias renováveis. “Não havia expectativa de grandes anúncios hoje. O que se viu foi um aprofundamento das relações entre os dois países não só no âmbito governamental, mas também no privado”, afirmou o presidente da Câmara de Comércio Brasil – Estados Unidos (Amcham), Gabriel Rico, que esteve presente no encontro entre ministros brasileiros e empresários.

No setor de infraestrutura, a Secretária de Estado, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, firmaram um acordo que prevê cooperação na construção de aeroportos, além de uma parceria técnica na fabricação de aeronaves para a aviação civil entre Boeing e Embraer.

Segundo Gabriel Rico, há interesse das empresas médias americanas em investir no Brasil, mas a alta carga tributária continua sendo um obstáculo ainda instransponível. “Há 500 empresas americanas operando no Brasil hoje. Somente filiadas à Câmara de Comércio nos Estados Unidos são mais de 3 milhões. Se o Brasil fizer a lição de casa, muitas delas desembarcarão no país”, conta o presidente da Amcham.

Conteúdo nacional – Apesar da intenção, não houve nenhum sinal de que a chegada de empresas americanas ao país seria facilitada pela lua de mel diplomática. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou a empresários que as portas estão abertas para empresas que quiserem se adequar à nova política industrial de conteúdo nacional e projetos de Parceria Público-Privada (PPP).

Já Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou a empresários que, para as empresas americanas que pretendem investir nesses moldes, as portas de financiamento do banco estão abertas. “Por favor, batam à nossa porta”, afirmou.

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