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Brasil deve exportar menos álcool em 2006

A demanda aquecida por álcool para uso combustível no mercado interno deve levar o setor sucroalcooleiro a exportar menos o produto este ano. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Câmara Setorial de Açúcar e do Álcool e consultor da Canaplan, estima que as exportações devam ficar em torno de 1,9 bilhão de litros este ano, contra 2,3 bilhões em 2005 e 2,4 bilhões no ano anterior.

“A demanda por álcool no mercado interno este ano deve ficar entre 12,9 bilhões e 13,2 bilhões de litros. Para fazer frente a esta oferta, o país terá que reduzir os embarques, embora o preço no exterior esteja mais competitivo”, afirmou Carvalho, durante o seminário “Perspectivas para o Agribusiness em 2006 e 2007, realizado no dia 4 em São Paulo.

De acordo com estudo feito pela consultoria Canaplan, a produção de

cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país deve crescer dos 336 milhões de toneladas da safra passada para um volume entre 368 milhões e 378 milhões de toneladas na atual safra. A consultoria aposta que as usinas optarão por destinar 52% da cana para a produção de álcool, e o restante para açúcar.

Com isso, a produção de açúcar deve se situar entre 24,12 milhões e 25,15 milhões de toneladas. Já a produção de álcool deve ficar entre 15,3 bilhões e 16 bilhões de litros. “Com a exportação 1,9 bilhão de litros e demanda interna de 13 bilhões, sobra pouco álcool para estocagem. Essa oferta apertada deve ajudar a sustentar preços”, afirmou Carvalho. Nelson Ostanello, diretor da Bauche Energy Brasil, observa que o país já exportou 492 milhões de litros de álcool até março (alta de 5%) e que precisará reduzir esse ritmo para não haver desabastecimento no país.

Carvalho, da Canaplan, estima que os preços na safra 2006/07 devem ficar até 25% superiores à média praticada na safra passada. Em abril, segundo o indicador Cepea/Esalq, o preço médio para o litro do álcool anidro era de R$ 1,18553. Já o hidratado saiu em média cotado a R$ 1,06346 o litro.

Para o açúcar, a Canaplan prevê um consumo no mercado interno de 10 milhões de toneladas e exportações próximas a 15 milhões – uma demanda também bem ajustada com a oferta, que não deve ultrapassar 25,15 milhões de toneladas.

O setor também está atento para a visita do ministro da Agricultura,

Florestas e Pesca do Japão, Shoichi Nakagawa, hoje, em usinas paulistas.

Segundo Lineu da Costa Lima, secretário de produção e comércio do Ministério da Agricultura, o governo brasileiro quer aproveitar a primeira visita do ministro ao Brasil para negociar uma parceria. A idéia é costurar um acordo que permita aos empresários japoneses investir nos canaviais brasileiros com empréstimos bancários daquele país, que têm juros mais baixos. Em troca, a Petrobras avalisaria a operação no Brasil e garantiria a oferta de álcool.

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