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Brasil define melhor prioridades, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o Brasil está saindo da fase do “achismo” e passando a fazer uma radiografia perfeita da situação do país, escolhendo projetos e áreas prioritárias de investimento. Lula fez também elogios ao ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes.

Entre as prioridades apresentadas pelo presidente figura o projeto de transposição das águas do rio São Francisco que, segundo Lula, “tem gente que é contra sem saber porquê”, mas também reconhece que há aqueles que são favoráveis “sem saber porquê”. “Tem gente que coloca isso num debate eminentemente ideológico.”

Lula se colocou no lugar daqueles que são contrários a um projeto, a uma iniciativa governamental, mas que depois percebem a importância do investimento. “Eu fui contra a ferrovia Norte-Sul, em 1987, mas hoje a Ferrovia Norte-Sul é imprescindível”, admitiu.

Segundo o presidente, outros projetos como a recuperação da BR 101, no trecho Rio Grande do Norte-Bahia, e a rodovia Transnordestina (BR-153), que começa na cidade de Feira de Santana (BA), corta parte de Pernambuco e termina em Fortaleza (CE), ainda que não sejam viáveis, agora, são importantes para o desenvolvimento do Nordeste.

“Para não ficar naquela história do ovo ou da galinha, de quem nasceu primeiro”, numa analogia ao debate segundo o qual uma região não é desenvolvida por falta de investimento ou se falta dinheiro por falta de desenvolvimento.

Lula disse que é preciso deixar de cometer “erros por paixões” e investir em regiões carentes do Norte e Nordeste porque, na avaliação do presidente, o Sul e o Sudeste já tiverem, por “ene” fatores, todas as vantagens possíveis.

“Se alguém quiser perceber o que eu estou falando, é só entrar em qualquer estado brasileiro, de carro, e depois entrar em São Paulo, por exemplo. A impressão que vocês vão ter é que estão entrando num outro país”, disse.

Mas o Lula responsabilizou políticos nordestinos, por essa distância da quantidade comparativa de investimento entre regiões como o Norte e o Nordeste e o Sul e Sudeste.

Ele disse que deputados e senadores nordestinos acabam votando “nas políticas do Sul e Sudeste e não votando nas do Nordeste”. Isso, ainda de acordo com a análise dele, ocorre por causa do poder de pressão, “dos interesses da parte mais rica do país”.

Entretanto, o presidente reconheceu que regiões como o Nordeste e o Norte já receberam, no passado, muitos recursos e só não houve desenvolvimento porque os recursos “foram desviados” e não geraram nem emprego nem riquezas, a não ser para o empresário que tomou o empréstimo.

“Dinheiro sem projeto não produz desenvolvimento, não produz geração de empregos e, se produz riqueza, produz para quem conseguiu o empréstimo”, disse.

Depois de ouvir uma palestra de Ciro Gomes, falando sobre desenvolvimento regional, em que pediu que o governo não pulverize recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional, como querem os governadores, Lula disse que estava “entusiasmado” com a competência do ministro.

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