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Brasil consolida-se como maior produtor

Cenário de demanda crescente incentiva as usinas a investirem cada vez mais. Um dos principais produtos agrícolas da agroindústria brasileira, o açúcar apresenta desempenho favorável em um momento em que outras commodities estão perdendo o dinamismo registrado nos últimos anos. A boa perspectiva do mercado de açúcar, ao lado da expansão do álcool, estimula o crescimento da produção de cana-de-açúcar, sua matéria-prima, que, mesmo tendo as plantações atingidas pela seca no início de 2005, deve registrar incremento de 4,9% na safra 2005/06 nos estados do Centro-Sul. A região responde por 85% do volume nacional, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).

A expectativa é de a produção brasileira de açúcar crescer 3,8% ao ano entre 2000 e 2010, enquanto a projeção é de no mundo o volume aumentar 1,7% ao ano em igual período, segundo o estudo Programa Brasileiro de Etanol – Impactos no Mercado Mundial de Etanol e Açúcar, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). De acordo com a FAO, o Brasil industrializará 25,57 milhões de toneladas em 2010, o equivalente a 16,31% do total mundial.

A projeção assumida pela FAO, contudo, é um tanto tímida em comparação aos números divulgados, em março de 2005, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o órgão vinculado ao governo federal, a produção brasileira de açúcar deve chegar a 26,9 milhões de toneladas já na safra 2005/06. Os números, no entanto, devem passar por uma revisão após o levantamento da Conab marcado para o final de maio de 2005.

Aumento da produção

Depois da desregulamentação do mercado de açúcar e de álcool, no final da década de 90, o setor está em fase de expansão. Possui milhares de compradores, entre eles, atacadistas, varejistas e empresas industrializadoras, os quais adquirem o produto diretamente das mais de 300 usinas existentes no Brasil.

De acordo com dados da Unica, referentes à região do Centro-Sul, a produção de açúcar na safra 2005/06 deve chegar a um total de 22,776 milhões de toneladas, dos quais 14,7 milhões de toneladas com destino para o mercado internacional e 8,087 milhões para o mercado doméstico. O volume de açúcar vem crescendo continuamente nos últimos anos. Saiu de 18,778 milhões de toneladas, na safra 2002/03, para 20,439 milhões na safra seguinte. A industrialização do produto aumentou no período, em média, 8,5%.

Do total de cana esmagada – ATR (Açúcares Totalmente Recuperáveis) -, na safra 2004/05 da região Centro-Sul, de 47,437 milhões de toneladas, 48,94% foram destinados para a produção de açúcar. A maior parcela, de 51,06%, referiu-se à industrialização de álcool, cujo mercado vem se expandindo com a crescente demanda externa e o aumento das vendas de carros flex fuel – carros bicombustíveis, com capacidade para utilizar álcool ou gasolina, ou ainda os dois produtos misturados. Segundo o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho, a previsão é de, até 2006, 90% da frota nacional ser flex fuel.

O mercado externo é o principal destino da produção brasileira de açúcar originada na região Centro-Sul, ao contrário da cana-de-açúcar e do álcool que são direcionados para o consumo doméstico.

Exportações

Na safra 2004/2005, do volume de 22,121 milhões de toneladas, 63% foram para o exterior e 37% para o consumo interno. As exportações passaram a representar mais de 50% do volume total na safra 1999/00. O Leste Europeu é o maior comprador do açúcar brasileiro, com 42,9% de participação, seguido da África (30%), Oriente Médio (16,8%), América do Norte (7,5%) e Ásia (2,8%).

A demanda interna do açúcar é inelástica, com incremento relacionado diretamente ao crescimento vege-tativo da população. O açúcar industrial, por sua vez, insumo para a indústria de refrigerantes, de chocolates, de alimentos e de sorvetes, recebe impacto da variação da renda e da expansão ou retração do mercado. Os brasileiros consomem 52 quilos de açúcar por ano, bem acima da média mundial de 22 quilos.

Maior produtor e exportador de açúcar do mundo, o Brasil está consolidando uma posição hegemônica no mercado internacional. As perspectivas para o setor são favoráveis, especialmente com a recente decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) em eliminar os subsídios ao produto praticados pela União Européia.

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