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Brasil assina acordos de cooperação em pesquisa, mas etanol

O governo brasileiro sela hoje, durante a Conferência Internacional sobre os Biocombustíveis, em São Paulo, uma série de acordos de cooperação para o desenvolvimento de combustíveis renováveis, entre eles acordos com Dinamarca, Reino Unido e União Européia. De acordo com a conselheira da Comissão Européia, Maria da Graça Carvalho, o bloco europeu assina acordo de cooperação com o Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro para financiar pesquisas para desenvolver biocombustíveis.

O acordo prevê, do lado europeu, ? 4 milhões em recursos para subsidiar as pesquisas. A primeira ação será lançada em 6 de janeiro de 2009, com a abertura de um concurso de pesquisas em fontes de energia renováveis. A União Européia tem por meta aumentar a participação de fontes de renováveis em sua matriz energética para 20% até 2020. Para isso, o bloco tem investido em pesquisas com utilização de hidrogênio, energia solar fotovoltaica e fusão nuclear. O bloco discute a inclusão do Brasil no consórcio internacional de pesquisas para gerar energia a partir da fusão nuclear.

Maria da Graça é bastante enfática sobre as intenções da União Européia em relação ao Brasil na área de pesquisa. “A Europa quer desenvolver um biocombustível que seja sustentável social e ambientalmente e que possa ser produzido pelos países europeus. A solução teria de ser uma matéria-prima adaptada ao clima temperado”, afirmou, excluindo dessa forma a cana como alternativa.

O presidente da empresa americana Amyris Biotechnologies, John Melo, seguindo a linha de outros representantes dos Estados Unidos que participam do encontro, afirmou de forma taxativa que o etanol brasileiro não é a solução definitiva para substituir os combustíveis fósseis. “O etanol pode substituir o diesel a um custo competitivo? É possível produzir combustíveis a partir da cana sem usar combustíveis fósseis no processo produtivo? Nos EUA foram investidos mais de US$ 40 bilhões nas usinas de etanol e elas estão falidas por ineficiência. Precisamos de fontes mais eficientes e menos onerosas”, afirmou.

O presidente da Embrapa, Silvio Crestana, reconheceu que há preocupação dos países em manter a soberania energética. Para ele, não existirá um biocombustível produzido no mundo todo a partir de uma única matéria-prima. “As soluções serão regionais, adaptadas a cada bioma. Nessa primeira fase, as pesquisas vão se voltar para soluções nacionais.”

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