JornalCana

Branquinha vai precisar mudar de lugar

A reconstrução da cidade de Branquinha, quase totalmente destruída pelas enchentes em Alagoas, dependerá de uma mudança geográfica na cidade. A prefeita Renata Soares quer afastar o Centro da cidade do Rio Mundaú, que transbordou, provocando 35 mortes no estado e deixando 47.897 desabrigados e 76 pessoas desaparecidas, de acordo com a Defesa Civil alagoana.

É a terceira vez que Branquinha é destruída pelas águas. Renata quer aproveitar as áreas mais altas, onde estão as plantações de cana-de-açúcar, os chamados tabuleiros. Ontem, moradores voltaram aos locais destruídos tentando reaver objetos perdidos. Em Branquinha, moradores ouviram pelo rádio o jogo entre Brasil e Portugal, porque a cidade estava sem luz.

Camisas e bandeiras do Brasil que sobraram da enchente estavam nos escombros dos prédios na cidade, também sem abastecimento de água.

Quilombolas sobrevivem em cima de jaqueiras Em União dos Palmares, uma das 15 cidades em Alagoas a decretar estado de calamidade, 50 pessoas da comunidade quilombola de Muquém sobreviveram à enxurrada abrigadas em cima de duas jaqueiras. De acordo com o diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Adriano Augusto, a comunidade é de descendentes dos sobreviventes do Quilombo dos Palmares, erguido no século XVII. Outros seis moradores ficaram no teto de uma escola, que não desabou.

— Quando chegamos à comunidade, que em parte estava isolada, os quilombolas passavam fome e sede — contou o diretor do IMA.

Os municípios de Murici, Paulo Jacinto, Capela e Jacuípe também estão sem água, e não há energia em Ibateguara e São José da Laje. Em rádios de Alagoas, a população reclamava que o fornecimento de energia só atinge parte dos municípios.

— Uma linha de transmissão foi destruída em União. Religamos essa linha, mas com uma voltagem bem menor, o que impediu o atendimento a todos. É um trabalho lento, porque exige cuidado — afirmou Pedro Hosken, presidente da Diretoria de Distribuição da Eletrobras, responsável pelas empresas que transmitem a energia produzida pela estatal.

Estado de calamidade em 15 cidades Em Branquinha, o Exército montou tendas de atendimento à população e distribuição de mantimentos. Em Santana do Mundaú, foi montado um hospital de campanha. Médicos orientam a população de todo os vales do Mundaú e Paraíba a evitar o consumo da água dos rios, pelo risco de esquistossomose.

O Diário Oficial da União publicou a lista de 15 cidades em estado de calamidade : Quebrangulo, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Murici, Rio Largo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro, Capela, Jacuípe e Satuba. Em Ibateguara, a União decretou situação de emergência.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram