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Bovespa tem a oitava alta seguida

Depois de ameaçar encerrar no vermelho pela primeira vez este ano, resultado de uma intensa pressão vendedora exercida durante boa parte do pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo recuperou o prumo e fechou o dia com ligeira alta, a oitava consecutiva. Desta vez, o Ibovespa subiu 0,19%, saltando para 23.576,44 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumula uma alta de 12,9% nos últimos 30 dias e ganho de 5% na semana. Mais uma vez, o giro financeiro foi expressivo, de R$ 1,667 bilhão, o maior desde 3 de janeiro de 2000 (se desconsideradas as operações especiais), e decisivo para ajudar a Bovespa a inverter a tendência de baixa quase no final do pregão.

No dia, sem notícias positivas do plano externo, o clima de ressaca tomou conta da Bovespa após o pregão de segunda-feira, quando registrou a maior valorização diária desde a posse do governo Lula (de 4,84%), levando parte dos investidores a decidir realizar os ganhos acumulados nas últimas sessões. Tanto que o índice, que chegou a ensaiar uma alta forte no começo do pregão- subiu 1,27% e bateu os inéditos 23,9 mil pontos nos primeiros 15 minutos de negócios (a máxima do dia foi de 23.976 pontos)-, não resistiu à pressão vendedora, mantendo a tendência de ligeira baixa durante todo o pregão. No pior momento, o Ibovespa recuou aos 23,1 mil pontos.

Para alguns operadores, as ordens de vendas de ações no pregão de ontem teriam partido de investidores estrangeiros, ou já satisfeitos com os ganhos acumulados no curto prazo na Bovespa ou já preocupados com os eventuais estragos, no portifólio de investimento global, que o euro forte poderá produzir no resultado das empresas européias abertas mais dependentes do mercado americano.

Aliás, esta mesma preocupação levou a maioria das bolsas européias a fechar no vermelho, especialmente após a divulgação, nos Estados Unidos, da expansão abaixo da expectativa do mercado do setor de serviços e da retração das encomendas para as indústrias americanas.

Apesar de acompanhar, em parte, o humor do mercado externo, o recuo só não foi mais acentuado porque o fluxo financeiro voltou a dar saltos na segunda etapa do pregão, alcançando de novo a casa de mais de R$ 1 bilhão. O giro expressivo, na opinião do analista da Sociedade Corretora Paulista (Socopa), Carlos Henrique de Abreu, é motivado pela migração de última hora de aplicações de atreladas aos juros para a renda variável.’Desde anteontem, nota-se um forte fluxo de recursos local na Bovespa, movimentado por gestores de fundos de investimento preocupados em buscar uma maior rentabilidade em um quadro de virtual queda dos juros’, lembrou Abreu.

O aumento do fluxo, para o analista Alexandre Carneiro, da Adinvest Consultoria e Administração de Investimentos, deve levar a Bovespa a exibir maior volatilidade a curto prazo. Mas o mercado continua comprador, dada a melhora dos fundamentos da economia e perspectiva de resultados mais animadores dos setores produtivos.

Apesar da maior volatilidade, a safra de boas notícias no plano doméstico acabou prevalecendo, levando os investidores a firmar posição em papéis mais propensos a reagir em um quadro de reação econômica. Em razão disso, as ações da Petrobrás, beneficiadas também com a alta do barril do petróleo, lideraram o giro financeiro.

As preferenciais, com fluxo de R$ 206,7 milhões, tiveram participação de 13,9% da movimentação financeira, seguidas pelas PNs da Telemar, com R$ 143,1 milhões (9,6% do total). A maior alta do dia ficou a cargo da Comgás PNA, que teve alta de 9,% e valor do lote de mil de R$ 197. As ações PN e ON da Petrobrás vieram em seguida, com alta de 5,2% e 5%, respectivamente. O valor unitário da PN alcançou R$ 88,20 e da ON, R$ 96,50.

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