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Bosch planeja parceria com alemãs para levar o bicombustível à Ásia

A Bosch do Brasil está preparando o terreno para levar ao mercado mundial sua tecnologia do bicombustível (flex fuel) através de um setor que ela conhece bem: a indústria alemã. A empresa quer aproveitar a inserção das multinacionais de seu país de origem para divulgar o produto no exterior.

“Esse sistema é ainda muito desconhecido fora do Brasil, por isso precisamos apresentá-lo, convencer a indústria estrangeira. E as multinacionais alemãs estão em toda a parte”, disse o presidente da filial brasileira, Edgar Silva Garbade, durante a apresentação de um novo centro de pesquisa e desenvolvimento do grupo em Abstatt, na Alemanha. A tecnologia foi desenvolvida também pela Magneti Marelli e Delphi.

De acordo com ele, a Europa não é um mercado para o bicombustível, sistema que permite a mistura de álcool e gasolina em qualquer proporção. “A Alemanha, e a União Européia como um todo, dificilmente comprará o produto do Brasil porque não existe álcool de cana-de-açúcar por aqui”. Além disso, lembra Garbade, o mercado europeu é voltado ao diesel, combustível já utilizado em 50% da frota alemã.

Por isso, a necessidade de explorar outras regiões. A China é a grande aposta do grupo. Garbade lembrou a recente viagem da comitiva do governo Lula, na qual foi apresentada aos chineses a tecnologia, inteiramente brasileira. Neste caso, a China teria interesse em importar álcool e plantar cana-de-açúcar.

Neste ano, a Bosch vai dobrar o faturamento obtido em 2003 com a comercialização da injeção e demais componentes de motor para carros bicombustíveis. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa o setor automotivo, dos 420, 6 mil carros novos que chegaram às ruas nos primeiros quatro meses do ano, 71,2 mil são bicombustíveis, ou 17% do total. Garbade acredita que a venda de carros bicombustíveis deverá atingir 60% do total em dois anos.

Além de se tratar de um tipo de energia alternativa devido aos altos preços do petróleo, a engenharia brasileira está de olho na possibilidade de exportação por conta das regras ambientais fixadas no Protocolo de Kyoto. A Bosch do Brasil também desenvolveu a tecnologia tricombustível – mistura de álcool, gasolina e gás – e que está em fase de experimentação. Segundo o vice-presidente, Besaliel Soares Botelho, há interesse por parte das montadoras e a tecnologia deverá estar disponível já em 2005.

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