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Bosch busca eliminar gargalos na produção de carros

Assim como as demais empresas do setor de autopeças, a Robert Bosch também vai concentrar seus esforços para eliminar os pontos de restrições nas suas fábricas para conseguir acompanhar o ritmo intenso de produção da indústria automobilística. “O foco principal da empresa agora é adequar a capacidade produtiva “, disse Andreas Nobis, que a partir de 1º de julho assume a presidência da Bosch na América Latina.

“Apesar dos gargalos que ainda temos nas fábricas estamos conseguindo atender os pedidos da indústria automobilística e nenhuma montadora deixou de produzir carros por falta de peças da Bosch”, destacou Edgar Silva Garbade, atual presidente da Bosch, que passará a fazer parte do conselho administrativo da empresa, assumindo também a diretoria do Instituto Robert Bosch, em Campinas (SP).

Depois de investir R$ 1 bilhão no período de 2003 a 2006 no Brasil, a Bosch vai destinar este ano US$ 108 milhões, que serão aplicados em aumento de capacidade e novos modelos de motor de partida e alternadores. Deste total, R$ 25 milhões serão utilizados na linha de freio ABS. A meta da empresa, segundo Garbade, é elevar a capacidade para 250 mil unidades de ABS neste ano. Em 2007, a empresa investiu R$ 80 milhões, que inclui a implantação da nova linha de ABS na fábrica de Campinas (SP) e a expansão das linhas de componentes de injeção diesel, em Curitiba (PR). “Com o crescimento da renda, as pessoas estão preferindo comprar um carro mais equipado e o sistema de freio ABS é um dos produtos que passou a fazer parte desta lista do consumidor”, comentou Besaliel Botelho, vice-presidente da Bosch na América Latina.

Com o forte crescimento dos negócios em todos os segmentos em que atua no Brasil – o setor automotivo representa 70% e o de bens de consumo 30% -, a Robert Bosch prevê um crescimento entre 5% a 7% no faturamento de todo o Grupo no País. Em 2007 a Robert Bosch Limitada elevou em 5% o faturamento líquido em relação ao ano anterior, para R$ 4 bilhões. No setor automotivo, onde a empresa teve uma expansão de 11% no ano passado, a previsão é que a receita tenha um crescimento de 10% neste ano. “Só não vamos crescer mais por causa da queda nas exportações”, disse Garbade.Segundo Garbade, em 2007 as exportações tiveram 38% de participação no faturamento total da Robert Bosch. Dois anos antes a representatividade era de 45%. Só a divisão automotiva vai exportar neste ano 34% do que produz. Dos vários itens de peças que faz no Brasil, as bombas e bicos de injetores diesel para automóveis e veículos comerciais são os principais produtos que a Bosch vende no exterior. “O Brasil é mais competitivo na produção deste componente em relação às outras fábricas. Somos benchmark em qualidade, custo e performance de produto na área de bicos injetores”, destacou Botelho. “Aqui a Bosch mantém um centro de competência para motores de partida e sistema de etanol”.

São essas referências que ajudaram a Bosch do Brasil ser escolhida para fornecer bicos de injetores a gasolina para o Nano, carro de baixo custo que será produzido pela TataMotors na Índia. A Bosch já começou a entregar as amostras das peças para a montadora indiana. Para este automóvel o Grupo Bosch vai fornecer sistema de freio, de injeção eletrônica para motores a gasolina e diesel, motores de partida e alternadores.

Competitividade

Para o novo presidente da Bosch, o alemão Andreas Nobis, o principal desafio será manter a competitividade da subsidiária brasileira, no momento que o dólar se mantém desfavorável para os negócios no mercado internacional. “Mas o Brasil tem capacidade para competir no exterior. É um país interessante, tem muitas perspectivas e oportunidades”, avaliou.

Nobis destacou também que, “embora os mundo esteja voltado para o mercado asiático, estou convencido que o Brasil não é só o País do carnaval e do futebol. O Brasil tem grande importância tanto no aspecto político quanto no econômico”. Natural de Bentheim, Alemanha, Andreas Nobis, iniciou no Grupo Bosch em 1980, no departamento de auditoria corporativa na sede da empresa, em Stuttgart.

Em 1990, assumiu a presidência da Bosch na Turquia. Em 1999 tornou presidente da Bosch na Índia e em 2003 retornou a Alemanha para dirigir o projeto de fusão da Buderus, empresa de termotecnologia adquirida pelo Grupo Bosch

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