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Boom do álcool eleva venda de colhedoras no Estado

As concessionárias de maquinários agrícolas de Mato Grosso do Sul já começam a sentir o aumento da demanda por sistemas mecanizados direcionados à produção de cana-de-açúcar – cultura com forte projeção de expansão no Brasil, em função da crescente demanda mundial por álcool etanol (produzido a partir da cana) e como consequência do aumento de instalação de usinas no País.

A confirmação consta nos relatórios de Antonio Luiz Casarin, supervisor de vendas da Comid Máquinas, empresa revendedora dos sistemas agrícolas mecanizados da John Deere na região de Dourados (MS).

Desde junho deste ano, quando a Comid começou a revender os produtos John Deere voltados, para o cultivo de canaviais já foram vendidas duas colhedoras de cana para proprietários rurais dos municípios de Rio Brilhante e de Maracaju e outras duas unidades foram encomendadas para ser entregue nos próximos meses na região. “Desde junho tivemos muita procura pelos maquinários de produção da cana e as vendas já começaram a ocorrer. Hoje disponibilizamos toda a linha de máquinas (tratores e colhedoras) para atender desde o plantio da cana até a colheita”, disse Casarin.

O supervisor de vendas estima que a produção de cana deva se consolidar nos próximos anos no Estado e impulsionar a comercialização dos maquinários a partir de 2007. “Em três anos, as plantações de cana deverão ocupar áreas agrícolas em quantidade significativa no Estado e as proibições de queima da cana, somadas a exigências trabalhistas mais rígidas, devem minimizar o corte manual e fomentar a colheita mecanizada, ou seja, a demanda por colhedoras tende a aumentar”, afirmou.

Segundo ele, o custo de uma colhedora de cana varia hoje entre R$ 800 mil e R$ 900 mil e a máquina possui capacidade para colher aproximadamente quatro mil hectares de cana por safra.

O diretor da empresa Apoio Rural, concessionária John Deere para o município de Campo Grande, Vinícius Correia de Araújo, ressaltou que ainda é pequeno o número de colhedoras de cana no Estado, uma vez que muitas usinas continuam utilizando-se da colheita manual, mas aos poucos o modelo vem sendo reduzido e a colheita passando a ser mecanizada. A afirmativa de Araújo vai de encontro com a expansão nas vendas de maquinário voltado para o cultivo de cana, já que, segundo ele, a John Deere Brasil está vendendo máquinas que serão entregue somente entre julho e setembro de 2007, devido à grande demanda. Algumas informações apontam que usinas estariam comprando até 30 unidades colhedoras, sendo que a indústria teria capacidade de escalonar as datas de entrega em apenas oito unidades por mês.

Compra e venda planejadas

A crescente instalação de usinas no País e a consequente mecanização dos canaviais estão obrigando interessados em adquirir maquinários agrícolas a planejar com antecipação os pedidos, de forma que as indústrias consigam disponibilizar as máquinas dentro do prazo necessário para a produção. Por outro lado, as próprias indústrias de máquinas estão planejando melhor a escala de produção para atender à alta da demanda por colhedoras e transbordos e, em menor escala, de plantadeiras, direcionadas à cultura da cana.

Para exemplificar a expansão do setor, de acordo com informações da Agência Estado, 12 novas usinas entraram em operação no Brasil somente nesta safra 2006. De acordo com informações da União da Agroindústria Canavieira (Unica), a previsão é que até 2013 outras 74 usinas entrem em funcionamento no Centro-Sul do País, elevando para 409 o número de usinas instaladas no Brasil. O resultado será a ampliação da demanda por maquinários agrícolas para cana.

O gerente de vendas da Unidade de Negócios Cana da John Deere, José Luís Coelho, revelou em outubro à Agência Estado que de 2000 a 2004, os fabricantes de colhedoras de cana (Case IH, John Deere e Santal) vendiam de 60 a 80 colhedoras por ano. Segundo ele, a estimativa é que neste ano sejam comercializadas 250 máquinas. De 2007 a 2010, as vendas de colhedoras podem variar entre 280 e 350 unidades por ano. Diante dessa tendência, indústrias de maquinários alertam sobre a importância de as usinas anteciparem as compras para minimizar o risco de faltar colhedora no mercado.

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