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Bolsa permite consolidação no ensino

A múltipla escolha de Di Genio: troca de ações com um grupo estrangeiro, venda de parte para um fundo ou abertura de capital

Roberta Campassi

João Carlos Di Genio voltou a estudar. O que tanto interessa ao fundador e presidente de um dos maiores grupos de educação do país, a rede universitária Unip e a de ensino fundamental e médio Objetivo, são os prospectos de oferta de ações da concorrência. Enquanto lê nos calhamaços os planos dos concorrentes, ele avalia qual rumo dar ao seu próprio negócio. Pioneiro na massificação de cursos universitários, Di Genio sabe bem da necessidade de agir frente às mudanças no ensino privado, especialmente, no superior.

O setor de educação é mais um estreante na bolsa brasileira, depois do ramo imobiliário, dos frigoríficos, do açúcar e etanol, dos shoppings e dos bancos médios. A elevada liquidez no cenário financeiro internacional deve promover, a exemplo do que vem fazendo com outros segmentos, uma revolução nas redes de ensino superior. O faturamento total do ensino privado é estimado em R$ 36 bilhões, sendo que mais de R$ 15 bilhões são arrecadados por faculdades e universidades. As empresas querem crescer para ter um filão maior desse mercado, cuja receita total também deve aumentar.

Os prospectos que chamam a atenção de Di Genio são os dos grupos Estácio e Kroton, da rede Pitágoras, do ministro Walfrido Mares Guia. Essas empresas seguem os passos da Anhangüera Educacional , ao planejar uma oferta inicial de ações. Estão todos em busca de capital, preparando-se para aquisições. Os recursos obtidos pelas três – perto de R$ 1,2 bilhão – devem colocar o setor, no qual os negócios estão aquecidos, em ebulição.

A movimentação ocorre, especialmente, em torno do ensino superior, no qual a iniciativa privada responde por quase 75% das vagas – relação inversa ao médio e fundamental. O setor está atraindo a atenção de investidores, o que inclui fundos de investimento em participações, aplicadores de bolsa e bancos.

Diante da movimentação dos concorrentes, Di Gênio avalia as possibilidades que conta ter em mãos. Segundo ele, estão em estudo uma troca de ações com um grupo estrangeiro, a venda de uma fatia para um fundo de participação ou a listagem de papéis na bolsa. “Esses bancos todos que fizeram as outras já me procuraram. Até antes delas.” Ele também deixa claro seu apetite para aquisições. A predileção são faculdades de menor porte, que têm custo mais atrativo para compra.

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