JornalCana

BNDES questiona plano da Renuka na Justiça

O BNDES tem tentado impedir que a companhia sucroalcooleira Renuka do Brasil, controlada pela indiana Shree Renuka Sugars, realize o leilão da usina Madhu no âmbito de sua recuperação judicial, porque considera ilegal as condições de quitação da dívida com os credores com garantia real.

Conforme o plano, que foi aprovado em assembleia de credores e homologado na Justiça, parte dos credores, inclusive os que detêm garantia real, podem considerar toda sua dívida quitada se a Renuka pagar 30% do valor devido com os recursos advindos da venda da usina. Dessa forma, se o BNDES, que detém a hipoteca da usina, receber 30% do valor de seu crédito, deveria emitir quitação do montante integral de seus créditos. “Com isso, seria desconstituída a hipoteca sobre o referido bem, o que o BNDES entende ser ilegal”, afirmou o banco, em nota ao Valor.

“Por ser um banco público, que utiliza recursos públicos, o BNDES tem o dever de ser diligente na recuperação de seus créditos e não poderia concordar com o estabelecido no mencionado plano de recuperação judicial”, disse o banco. O argumento foi utilizado pelo BNDES em seu agravo apresentado na semana passada à segunda instância do Tribunal de Justiça de São Paulo para impedir o leilão da usina.

O relator Caio Marcelo Mendes de Oliveira deferiu uma liminar suspendendo o leilão que estava marcado para a última segunda¬feira, 23. O diretor jurídico da Renuka do Brasil, Tony Rivera, afirmou ao Valor que os termos do plano foram aprovados pela maioria dos credores e que o banco foi “voto vencido”. Na assembleia, o plano só não foi aprovado pelos credores de garantia real, categoria em que o BNDES se encaixou, mas foi utilizado um mecanismo que garante a aprovação mesmo sem o aval de uma das classes.

Ao pedir a recuperação judicial, a Renuka havia enquadrado o BNDES como credor extraconcursal — ou seja, fora dos termos do plano — de um valor de R$ 93 milhões. Banco, porém, solicitou para ser enquadrado como credor com garantia real.

A Renuka não se opôs a essa reivindicação, mas entrou com uma petição para que o BNDES abrisse mão de alienação fiduciária em garantia referente a pagamentos devidos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) pela energia entregue pela companhia sucroalcooleira ao sistema. Essa petição ainda não foi julgada.

As informações são do Valor Econômico.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram