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BNDES ocupa espaço deixado por bancos privados no setor de álcool

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) ocupou o espaço deixado pelos bancos comerciais no financiamento do setor sucroalcooleiro durante o auge da crise financeira mundial. Enquanto no período pré-crise, entre outubro de 2007 e setembro de 2008, os repasses diretos do BNDES para o setor foi de 46% do total, entre outubro de 2008 e setembro de 2009, o volume de recursos direcionados para o setor de forma direta subiu para 63% do total, um crescimento próximo dos 12%. A informação é do gerente de biocombustíveis do BNDES, Artur Milanez.

“A crise fez com que os bancos privados recuassem na cessão de créditos para o setor em função do aumento dos riscos de crédito decorrentes da crise”, disse ele. Milanez informa que o BNDES acabou ocupando o espaço deixado pelos bancos comerciais, elevando suas operações diretas para as usinas. Milanez ressalta que, enquanto antes da crise as operações de repasse indireto, via outra instituição financeira, representava a maioria dos recursos cedidos para o setor, com 54% do total, hoje estas operações indiretas somam apenas 37% do total. Milanez explica que esta transferência de operações indiretas para diretas é um sinal de que o banco vê a atual crise do setor como conjuntural e não estrutural.

“Apesar da crise pontual deste momento, o BNDES acredita que no potencial do etanol como solução ambiental de nível internacional. O etanol de cana tem uma relevância superior aos outros existentes, como o de milho ou de trigo”, disse. Além disso, o executivo também ressalta o fato de a frota de carros flex estar crescendo mesmo com a crise, representando hoje cerca de 90% das novas vendas. Para Milanez, estes são fundamentos que explicam a confiança do banco em aportar recursos no setor.

Em 2009, até novembro, o BNDES repassou cerca de R$ 5,6 bilhões para o setor sucroalcooleiro. A expectativa é de que até o final de 2009, o volume total repassado fique ligeiramente superior aos R$ 6 bilhões. Em 2008, o repasse foi de R$ 6 bilhões. “Estes números refletem como o setor estava fazendo um movimento intenso de investimentos quando foi atingido pela crise”, explica. Para 2010, a expectativa é de que o volume liberado fique em torno também de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões já foram aprovadas. O executivo conta também que, no início do ano, os novos projetos do setor são raros. As consultas feitas são em sua maioria informais.

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