O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou o programa BNDES Créditos de Carbono, o primeiro de compra de carbono regular por um banco público no Brasil, com o objetivo de estimular projetos geradores destes créditos, contribuindo, portanto, para a preservação do meio ambiente.
A iniciativa prevê a aplicação de recursos para comercialização de instrumentos de compensação de carbono no mercado voluntário por intermédio de projetos que gerem redução de emissão e/ou captura de carbono. A escolha se dará por meio de Chamadas Públicas. Além disso, o BNDES busca chancelar padrões de qualidade para condução do processo de descarbonização da economia brasileira.
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“O novo programa Créditos de Carbono reafirma o engajamento do BNDES para remoção dos gases causadores do efeito estufa nas atividades econômicas. O banco deixa claro para o mercado que, a partir de agora, haverá chamadas públicas regulares. E isso dá a previsibilidade necessária para que as empresas se organizem e estruturem bons projetos”, explicou o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto, Bruno Laskowsky.
Chamadas Públicas
Na noite da segunda-feira (7), o BNDES divulgou o resultado parcial da segunda chamada pública para aquisição de créditos de carbono no ano de 2022. Foram habilitadas 15 propostas para a etapa de diligência.
São iniciativas com foco em redução de emissões por desmatamento evitado (REDD+) e energia. No total, o volume de crédito a ser adquirido chega a R$ 100 milhões, de acordo com o Edital. Os critérios para esta escolha envolveram a avaliação do proponente, do projeto e do preço. Os selecionados passarão agora por diligência gerencial e jurídica.
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Considerando todas as 33 propostas recebidas, o volume de crédito ofertado chegou a R$ 510 milhões. Tendo em vista o mercado voluntario ainda é um setor novo no Brasil, esse montante evidencia um potencial ainda pouco explorado.
Na primeira chamada pública, realizada em maio, o BNDES selecionou cinco projetos de conservação e de energia em segmentos diversos, em um investimento total de R$ 10 milhões.
Estima-se que cerca de 20% das grandes empresas de capital aberto já estejam imbuídas com a neutralidade climática. Isso porque a responsabilidade socioambiental, além de agregar à reputação institucional, passa a trazer oportunidades ao setor privado.
Os créditos de carbono podem ser gerados a partir de várias atividades. Como exemplos, podem ser citadas iniciativas de eficiência energética, substituição de combustíveis, gestão de resíduos, processos aplicados à fabricação industrial, transportes, redução do desmatamento, plantio de árvores que renovam e armazenam o gás carbônico na atmosfera, entre outras.
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A estimativa é que o mercado voluntário precise crescer mais de 15 vezes até 2030 para cumprir as metas do Acordo de Paris, que pressupõe o atingimento do equilíbrio entre emissão e remoção dos gases causadores do efeito estufa até o ano de 2050. Nesse contexto, a negociação dos créditos de carbono é uma maneira das empresas e países alcançarem suas metas de descarbonização.
Segundo dados do Ecosystem Marketplace, os volumes de transações de crédito voluntário mais que dobraram entre 2017 e 2018. E em 2021, a demanda no mercado voluntário ultrapassou US$ 1 bilhão pela primeira vez.
Veja aqui os projetos habilitados: www.bndes.gov.br/chamadacarbono