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BNDES amplia compras de participação em empresas

O BNDES elegeu 2009 como o ano da renda variável: vai aproveitar o mau momento dos mercados para ampliar o aporte de capital em empresas. A intenção é reforçar o arsenal anticrise do banco principalmente no apoio aos processos de consolidação de companhias como VCP-Aracruz e BRT-Oi.

O BNDES é dono da maior carteira de ações do país – quase R$ 60 bilhões -, com participações concentradas nos setores de petróleo e gás, energia elétrica e mineração. Por meio de sua subsidiária de participações, a BNDESPar, tem presença direta e indireta em mais de 300 empresas – em 186, está presente no capital e em outras 120 participa por meio de seus 35 fundos de investimento.

Eduardo Rathfingerl, diretor da área de mercado de capitais do banco, não menciona o montante dos investimentos que serão realizados. Em 2008, segundo ele, a carteira de renda variável do banco bateu recorde, girando R$ 21,8 bilhões em compra e venda de ações. Deste total, R$ 14 bilhões foram gastos com operações de aquisição de participações em novas empresas.

A política de investimento em ações do banco hoje dá prioridade a empresas dos setores de infraestrutura e inovação e aos processos de consolidação e internacionalização de empresas. Neste mês, o banco colocou R$ 150 milhões na LLX, empresa de logística do grupo EBX, de Eike Batista, para ter uma participação de 12,05%, pois considera o projeto de construção de dois portos no litoral fluminense muito importante para as exportações brasileiras.

Para Rathfingerl, o setor de inovação está repleto de pequenas e médias empresas que necessitam de mecanismos de financiamento adequados para crescer, tanto de renda fixa quanto de renda variável. E, num ano de crise financeira, as consolidações de empresas estarão no “foco”. Os setores de frigoríficos e de etanol são candidatos óbvios.

Desde o início do ano, o BNDES participa de um dos maiores processos de consolidação em curso no país, o da Aracruz e VCP. Segundo Rathfingerl, a instituição terá uma participação importante na nova empresa (um relatório do Goldman Sachs fala em 29%). Também está em processo de definição a fatia do BNDES na nova empresa que resulta da fusão de BRT e Oi. “Entraremos com percentual próximo de 17%”, disse. (Vera Saavedra Durão)

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