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BM&F negocia quase um milhão de contratos futuros de produtos agrícolas

A negociação de contratos agrícolas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) atingiu novo recorde em 2004. Entre os meses de janeiro e novembro foram negociados 948,73 mil contratos, volume 33% maior que o registrado no ano de 2003. Os negócios gerados somaram cerca de 6,9 bilhões de dólares, o que significa aumento de 47,5% em relação ao desempenho de 2003.

Os contratos de café arábica continuam liderando as negociações futuras na bolsa paulista, com 613,308 mil operações no ano de 2004, o que representa um volume 18% maior do que o registrado nos 12 meses de 2003, segundo dados da BM&F.

O segundo maior volume de negociação na bolsa paulista foi o de boi gordo, com 201,656 mil contratos negociados, elevação de 76% em comparação com os negócios de 2003. Este foi o primeiro ano que os contratos do boi gordo romperam a barreira dos 200 mil contratos por ano.

O bom desempenho dos contratos agrícolas na BM&F ao longo dos últimos anos mostra que os produtores brasileiros estão mais arrojados na comercialização de sua produção. A BM&F tem 18 anos de existência, mas a utilização deste instrumento como forma de comercialização e principalmente como “hedge” começou a partir de 1992, “porque antes disso o produtor brasileiro usava a estocagem para proteção, uma vez que a variação de preço era grande. O nosso futuro era 15 dias. Mesmo os contratos futuros, que sempre existiram, eram de muito curto prazo”, diz Manoel Félix Cintra Neto, presidente da BM&F.

Recorde

No mês de novembro de 2004, os contratos agropecuários somaram 99,715 mil operações, com crescimento de 60% em relação a novembro de 2003. O café arábica bateu recorde histórico este mês, com 69,809 mil contratos negociados, o que significa um aumento de 39% na comparação com o mês anterior. Já os contratos de álcool somaram 4,117 mil operações em novembro e um total acumulado de 35,159 mil contratos em 2004, com queda 28% em relação ao desempenho do ano passado e de 34,8% em comparação ao desempenho de 2000, ano em que os contratos futuros de álcool foram implantados na BM&F.

Parte da queda se deve ao lançamento dos contratos futuros de álcool na Bolsa de Nova York no mês de maio. “Nós temos mercado e liquidez aqui. A bolsa de Nova York lançou anteriormente o mercado de álcool e os usineiros de maneira geral foram atraídos pelo novo papel. Mas na minha opinião este contrato não vai ter sucesso porque é feito sob o ponto de vista do comprador. O nosso contrato é feito para o mercado”, afirma Manoel Félix Cintra Neto. “O mercado futuro de álcool tem que ser desenvolvido no Brasil, uma vez que trata-se de um produto originado no país”, afirma Tarcilo Ricardo Rodrigues, diretor da Bioagência, Agência de Fomento de Energia de Biomassa, que congrega 18 usinas de açúcar e de álcool da região Centro-Sul do país. Assim como ocorre com o café, o Brasil lidera a produção e a exportação de açúcar no mercado.

No início de dezembro a bolsa paulista colocou em operação o Banco BM&F, criado para prestar serviços de liquidação e custódia aos clientes e corretoras que operam contratos de derivativos, câmbio e outros ativos financeiros no âmbito da Bolsa. O banco nasce com capital social de 17,5 milhões de reais e terá as atividades concentradas na abertura e manutenção de contas de liquidação das operações. O banco não realizará operações de crédito, avais ou fiança.

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