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Blair defende corte de subsídios agrícolas

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, defendeu ontem a abertura dos mercados europeus e o corte dos subsídios aos produtores de algodão e de açúcar para ajudar os países africanos a sair da pobreza. Ele não mencionou que os europeus já importam açúcar de ex-colônias africanas, caribenhas e do Pacífico em condições especiais e o reexportam com subsídios.

O Brasil move um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra essas práticas da União Européia. Os africanos se opõem à pretensão brasileira, porque têm mais vantagens hoje do que seriam num mercado de ampla concorrência.

As mudanças comerciais foram propostas por Blair como parte de uma agenda internacional de combate à pobreza na África. Ele deu destaque aos programas de assistência médica e de saneamento. Trezentos milhões de africanos não têm acesso a água potável. A cada dia 6 mil morrem de Aids e 3 mil crianças, de malária.

Convidado pelo Fórum Econômico Mundial, Blair concentrou o discurso na ajuda à África e nas políticas de combate à poluição da atmosfera. Também ontem, o presidente francês, Jacques Chirac, apresentou numa sessão especial propostas de combate à pobreza, defendendo a criação de vários impostos e contribuições, em linha semelhante à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Blair e Chirac cuidaram de temas postos em destaque, neste ano, na pauta do Fórum. África e mudança climáticas são temas prioritários, disse o primeiro-ministro britânico, de sua presidência do G-8, formado pelos sete países mais ricos e pela Rússia.

Blair, ao contrário de Chirac, associou a luta contra a pobreza ao combate internacional ao terrorismo. Defendeu não só a assistência ao desenvolvimento econômico, mas também a intolerância aos Estados que “abusam de seus cidadãos”. “Isso não quer dizer”que devamos impor a democracia a cada Estado ou interferir nos assuntos internos próprios de cada nação.”

Mas acrescentou: “Sejam quais forem as diferenças quanto à decisão de remover Saddam do Iraque, podemos todos concordar, seguramente, em que devemos apoiar o bravo povo iraquiano que deseja votar em 30 de janeiro e deveria ser livre para fazê-lo sem violência.”

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