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Biosev capta US$ 60 milhões na França

Rui Chammas: com o financiamento, objetivo da empresa é alongar dívidas e diversificar as fontes de captação de recursos
Rui Chammas: com o financiamento, objetivo da empresa é alongar dívidas e diversificar as fontes de captação de recursos

A sucroalcooleira Biosev, a segunda maior produtora de açúcar e etanol do país, informou ontem a investidores que assinou um contrato de financiamento de US$ 60 milhões com a Proparco, uma subsidiária da Agência Francesa de Desenvolvimento.

O prazo do financiamento é de 12 anos, com três anos de carência. O recurso, captado em dólar, teve custo de Libor mais 5,75% ao ano.

Ao Valor, o diretor financeiro e de relações com investidores da Biosev, Paulo Prignolato, disse que o financiamento foi fechado a uma taxa de juros menor do que a taxa média da dívida da companhia, que gira em torno de 7,5% ao ano.

“É também o financiamento de mais longo prazo da empresa desde que ela foi criada, há cerca de sete anos”, afirmou o executivo.

Os recursos que, em reais significam cerca de R$ 230 milhões (ao câmbio de R$ 3,80), vão ser usados para renovação de canaviais, tratos culturais e manutenção industrial. “Temos uma demanda anual de Capex de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,3 bilhão.

Esse recurso, portanto, equivale a cerca de 20% do nosso Capex”, disse.

O financiamento com o banco de fomento francês vinha sendo negociado há 12 meses e foi assinado ontem pelo presidente da Biosev, Rui Chammas.

Ele afirmou que a operação financeira dá sequência ao objetivo da companhia de alongar os prazos de sua dívida e diversificar suas fontes de captação de recursos.

Conforme o diretor financeiro da Biosev, o empréstimo foi fechado após a realização de uma “due diligence” (auditoria) socioambiental. “Nos ajudou o fato de que já passamos recentemente por um processo semelhante com o IFC, que também tem padrões rígidos de auditoria”, afirmou Prignolato.

Em fevereiro deste ano, o IFC, braço privado do Banco Mundial, injetou US$ 50 milhões para adquirir 5% do capital da Biosev, que é controlada pela francesa Louis Dreyfus Commodities.

“O empréstimo da subsidiária da agência de desenvolvimento da França é o primeiro feito com o grupo todo”, explicou o diretor financeiro.

Em 30 de setembro deste ano, a dívida líquida da Biosev era de R$ 6,4 bilhões, o equivalente a 4,2 vezes seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Prignolato afirmou que no início da atual safra, a 2015/16, a empresa tinha uma dívida de curto prazo de R$ 1,7 bilhão e que, até o momento, já foram renegociados 80% desse montante. “Estamos caminhando bem de acordo com o planejado”, afirmou o diretor.

Fonte: (Valor)

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