Biomassa pode ser o incremento necessário na geração de energia elétrica
Unidade industrial Cruz Alta – Crédito Ferdinando Ramos
No Brasil, a cada período de estiagem surgem rumores sobre “apagões”, termo utilizado pela imprensa para caracterizar o racionamento de energia promovido pelo governo. Entre os anos 2001 e 2002, época do então presidente Fernando Henrique Cardoso, foi pedido, em caráter de urgência, que o país reduzisse em 20% o consumo de eletricidade.
Segundo Giampaolo Foschini Di Donato, diretor industrial da Guarani, unidade Cruz Alta, o setor sucroenergético pode ser um aliado do país neste processo. “Hoje o Brasil passa por uma crescente necessidade de oferta de energia para garantir o crescimento, além de que o período de oferta de energia cogerada nas usinas coincide com o nosso período de menor disponibilidade hídrica”, explicou.
A biomassa pode ser, além de um incremento energético nacional, uma fonte de renda para as unidades, que buscam meios de gerir melhor sua matéria-prima. “O aproveitamento da biomassa para cogeração de energia tem duas grandes vantagens: a possibilidade de aumentar receitas com a venda de energia elétrica e a oportunidade do investimento para otimizar o balanço de massa e energia das usinas”, diz Donato.
Contudo, para que seja possível este trabalho, além de apoio do governo, é necessário reestruturação interna. “O detalhe de cada investimento depende da realidade tecnológica da empresa, mas certamente o uso de caldeiras de alta eficiência e turbinas de extração e condensação combinadas geram a possibilidade de uma melhor otimização energética da biomassa disponível”.
Atualmente a Guarani trabalha em um projeto de ampliação de cogeração, que, quando concluído em 2015, além de suprir o aumento do consumo interno de energia, deve triplicar o montante de energia comercializada. “Em síntese, isto significa um montante de 1.200 GWh, energia suficiente para atender uma cidade de 2,2 milhões de habitantes durante um ano”, finaliza o representante.
