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“Biomassa é esperança verde para poucos”, diz especialista

Há 30 anos, 40% da energia primária consumida no Brasil era proveniente de biomassa (fundamentalmente lenha) e isso era motivo de vergonha nacional, pois significava subdesenvolvimento. Na mesma toada, cientistas e técnicos desprezavam esforços em pesquisas sobre biomassa. Pois bem, hoje, já com apenas 13% de seu consumo de energia derivado da lenha (e com mais que a metade desse percentual baseada em sofisticadas tecnologias industriais), o país volta a atenção para a biomassa. A afirmação é do físico, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

“Aliás, essa inversão de expectativas ocorre não somente aqui mas em todo o mundo. Mas seria apropriado colocar tanta esperança nessa insólita opção? Pois também há, em alguns setores, principalmente nos EUA, uma grande incredulidade. E isso ocorre principalmente em relação à tecnologia que maior sucesso econômico alcançou, ou seja, a produção de álcool etílico (etanol) por via fermentativa”, diz.

Segundo o especialista, a principal razão para essa crença é o fato de que a produção americana de etanol a partir do milho não alcança um balanço energético maior que 1,2. Ou seja, a energia do álcool de milho produzido nos EUA é apenas 20% maior que aquela consumida para sua fabricação. “No Brasil, em contraste, o balanço energético para o álcool é maior que 8, ou seja, 700% a mais que a energia consumida. Outra crença perversa e falsa é a de que o custo de produção do álcool é elevado em comparação com o da gasolina, sendo seus baixos preços conseguidos graças a subsídios. Isso talvez fosse verdade nos primórdios do Proálcool, mas certamente não mais o é hoje”.

Mas a grande conclusão do físico, é que não restam dúvidas de que a biomassa poderia resolver o atual problema fundamental da humanidade, ou seja, a disponibilidade de combustíveis isentos de emissão de gases de efeito estufa que sejam economicamente viáveis, se existissem terras aráveis suficientes. Neste cenário, o Brasil e países do hemisfério Sul, serão grandes privilegiados.

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