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Biomassa do Brasil será destaque

Para o diretor executivo da Embrapa, Eugênio de França, o Brasil tem grandes chances de participar do redesenho da matriz energética mundial, a partir da exploração do biodiesel e do álcool como combustíveis, além de exportar tecnologias.

O Brasil tem hoje a possibilidade e a potencialidade de participar do redesenho da matriz energética mundial como um dos principais atores, a partir da exploração do biodiesel e do álcool como combustíveis. A opinião é do engenheiro agrônomo e diretor executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Geraldo Eugênio de França, ao avaliar a viabilidade econômica da matriz energética do petróleo e o desempenho do agronegócio brasileiro nos últimos anos.

Expondo sobre o tema “Ciência e Tecnologia Viabilizando o Agronegócio no Brasil”, na 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na manhã de ontem, em Fortaleza, França parte da tese de que o mundo vive, atualmente, um hiato entre o fim da matriz energética do petróleo e o crescimento das matrizes de energia nuclear e do nitrogênio. Para ele, o mundo está no ápice da exploração do combustível fóssil, cuja curva de custo de produção tende a subir, “devido a prospecção ocorrer em águas cada vez mais profundas e em áreas mais áridas”.

Segundo ele, é nesse intervalo — que deverá perdurar cerca de 30 anos — que o Brasil se insere, dado o seu potencial produtivo e tecnológico sobre a matriz energética da biomassa, através do biodiesel e do etanol (álcool). “Esta é uma das últimas oportunidades para se mudar a face desse País”, defendeu o agrônomo, para quem o incremento da matriz energética da biomassa é irreversível.

Para França, mais do que consumidor e fornecedor de biodiesel e álcool mundial, o Brasil tem todas as possibilidades de se tornar exportador de tecnologias industriais e ambientais. “Fazemos álcool a partir da sacarose do açúcar, enquanto os americanos o estão fazendo do amido, com custo 50% maior em relação ao álcool da cana”, comparou.

Além disso, expõe o diretor da Embrapa, o País pode passar a exportar massa crítica — consultores e auditores — em áreas de exploração e de engenharia da produção de energia à base de biomassa. Para tanto, ressalta, o País precisa elevar de 1% para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) os investimentos em pesquisas e em desenvolvimento tecnológico.

“Esses recursos não necessariamente precisam vir apenas do setor público. A iniciativa privada também precisa se comprometer, até porque investimentos em tecnologia sempre geram ganhos significativos e agrega valor”, defendeu França.

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