Para Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, que já atendeu mais de 100 empresas do agronegócio e está à frente da parte financeira da recuperação judicial da Araporã Bioenergia (Usina Alvorada Açúcar e Álcool), a demanda por energia limpa e renovável, vem atraindo a atenção de investidores para usinas do setor bioenergético, que enfrentam dificuldades financeiras.
Aliada a essa questão, o especialista aponta também como fatores preponderantes para esse maior potencial de recuperação judicial, a volatilidade do setor e, também uma maior flexibilidade na legislação, que permite novas opções de negócios.
“Voltando alguns anos, no passado, muitas usinas se transformaram em empresas fantasmas, com baixo faturamento, baixo funcionamento, grandes dívidas e problemas a resolver. Isso porque havia poucas soluções. Umas dessas poucas que existiam era buscar alongamento de dívidas, que resultava em parcelas de muitos anos, como 10, 15 anos ou até 20 anos”, destaca Duek.
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No caso da recuperação judicial existem diversas opções, como a entrada de um investidor – ação privilegiada e facilitada pela nova lei – e refinanciamento das dívidas, como os fundos que fazem um pacote, comprando as dívidas velhas, pagando os credores e financiando estas para eles.
“Uma outra opção é poder vender parte dos ativos, como uma de suas plantas ou um dos seus ativos separadamente, mesmo que estes tenham sido antigamente bloqueados ou estejam sem documentação adequada para a venda, pois o juiz pode fazer essa venda”.
Douglas acredita que a combinação de possibilidades ajuda na recuperação judicial do setor. “A boa combinação desses fatores tem feito a recuperação judicial mais criativa, buscando os interesses do credor e dando potencial de recuperação para essas usinas que estão passando pela situação de endividamento”, conclui.