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Bioeletricidade esbarra na falta de incentivo do governo federal, explica consultor

Bioeletricidade esbarra na falta de incentivo do governo federal, explica consultor

2012-11-29 Onorio Kitayama (5)

Das aproximadamente 400 unidades de produção sucroenergéticas ainda ativas, apenas 170 têm capacidade de geração de bioeletricidade excedente, com térmicas ainda abaixo do potencial total existente. A afirmação é de Onório Kitayama, consultor  da Nascon Agroenergia, ao enfatizar que o setor tem um grande potencial de geração, que esbarra na falta de conhecimento ou de vontade de aproveitamento do governo federal.

“Isso ocorre porque esse governo coloca como diretriz prioritária a modicidade tarifária, na compra de energia elétrica nos leilões. Se essa política ou diretriz é mais do que acertada, a sua análise e aplicação deve ser correta, e aí que surge todo o problema. A modicidade tarifária vale no preço da energia elétrica no leilão do mercado regulado ou no preço da energia no relógio do consumidor? Como hoje é considerado no preço praticado no leilão, a bioeletricidade perde para a hidroeletricidade e a energia eolica. Mas deveria ser considerado os custos de logística, o valor da complementaridade e da segurança para o sistema de abastecimento, o custo do acionamento das térmicas caras e sujas em relação aos  preços da bioeletricidade. Também deveriam ser considerados o efeito sinérgico da geração de bioeletricidade, com a produção de açúcar e etanol e todas as demais externalidades positivas como a movimentação das economias de insumos (fertilizantes e defensivos agrícolas), indústria de tratores, equipamentos, caminhões, automóveis e fabricantes fornecedores de usinas), geração de empregos diretos e indiretos, impacto social positivo  com fixação de trabalhadores no interior, reduzindo migrações para grandes centros, etc”, revela.

O Plano Decenal de Energia da EPE, mostra que para 2025, o país precisa aumentar a produção de etanol, e para isto precisa de novas unidades de produção e mais de 1 milhão de toneladas de cana, daria para instalar 22.000 MW de bioeletricidade, segundo o consultor. “Hoje com as atuais políticas ou falta de políticas públicas para o setor sucroenergético essas premissas não são factíveis. A volta da CIDE para mudar a política de preços dos combustíveis e uma política que viabilize a venda da bioeletricidade dos projetos “greenfield”é o mínimo necessário para motivar novos empresários para o setor”, finaliza.

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