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Bioeletricidade atinge marco histórico no Brasil

De acordo com informações da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, em potência instalada, o Brasil totalizou 11.250 MW de energia gerada a partir da biomassa no início do mês de novembro. O trabalho se deu por meio de 474 usinas em operação, número que supera a capacidade a ser estabelecida na Usina Belo Monte até 2019, estimado em 11.233 MW. Em termos de potência, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás da usina chinesa Três Gargantas (22.400 MW) e da Usina de Itaipu (14.000 MW).

Para o gerente em bioeletricidade da entidade, Zilmar Souza, isto mostra o potencial que tem a fonte biomassa em geral, particularmente o bagaço e a palha da cana-de-açúcar. “O novo patamar atingido é motivo de orgulho, mas não podemos comemorar como deveríamos pois ainda temos dúvidas sobre as perspectivas de longo prazo e o avanço dessa fonte na matriz elétrica. A biomassa já é estratégica para a matriz brasileira, mas temos muito potencial ainda para avançar,” comenta.

Segundo a Aneel – Agencia Nacional de Energia Elétrica, a biomassa da cana é a principal fonte de geração do país, com 9.180 MW (81,6% do total), seguida pelo licor negro, combustível resultante de processo da indústria de papel e celulose, que representa 1.530 MW (13,6% do total). O restante da potência instalada pela fonte biomassa é preenchido pela geração por meio de resíduos de madeira, biogás, capim elefante, óleo de palmiste, carvão vegetal e casca de arroz.

Dados da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, mostram que a bioeletricidade em geral ofertada para o setor elétrico em agosto deste ano, por exemplo, respondeu por 5,3% do consumo de energia elétrica no Brasil, justamente no período crítico para o setor elétrico, ou seja, no chamado período seco, de abril a novembro de cada ano.

Com o novo patamar atingido em termos de capacidade e o potencial existente para instalar mais uma, duas ou até três Belo Monte, a questão passa a ser como estimular o investimento nessa importante fonte renovável.

Para Souza, para estimular a bioeletricidade é preciso reconhecer seu real valor nos leilões regulados promovidos pelo governo federal. “É preciso refinar o modelo de precificação nos leilões regulados, procurando incorporar as externalidades não só da biomassa como das demais fontes também, fato que certamente promoveria o desenvolvimento da bioeletricidade na matriz elétrica brasileira”.

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