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Biodiesel pode não existir por falta de matéria-prima

O programa de biodiesel da Petrobras corre o risco de não deslanchar por falta de matéria-prima. O professor Paulo Tarso Vilela de Resende, da Fundação Dom Cabral, especialista em infra-estrutura, diz que nenhuma das alternativas previstas para a produção de biodiesel – mamona, dendê e babaçu – tem plantações em escala suficiente para garantir o programa da Petrobras. A única exceção é a soja, mas este é um produto com demanda mundial em crescimento e, portanto, tende a aumentar o preço.

“Não faz sentido usar a soja para biodiesel, quando ela tem muito mais valor para exportação”, disse Resende, ressaltando que significaria desagregar valor ao produto.

Ele acredita que o Brasil tem condições de se transformar em um grande produtor de biodiesel, tendo a mamona como carro chefe, mas falta planejamento de longo prazo. “Temos 47% de áreas de cerrado que podem ser cultivadas sem necessidade de licença ambiental, mas não falta planejamento para definir medidas que garantam o cultivo”, afirmou.

Segundo o professor, os ministérios das Minas e Energia e da Agricultura deveriam desenvolver um trabalho conjunto para viabilizar o cultivo da mamona. “Desta forma seria possível projetar o volume a ser processado de biodiesel de acordo com a disponibilidade projetada para a produção de óleo de mamona”, explica.

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