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Biodiesel: larga escala é possível ao Brasil

Durante a conferência Brasil e o futuro: novas energias – biocombustíveis – ciência & cultura, promovida pelo Jornal do Brasil no dia 16 de março em Estocolmo, na Academia Real de Ciências da Engenharia da Suécia (IVA), o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN Latin America, Roberto Cortes, apresentou tendências do setor automotivo do ponto de vista energético. Para ele, a indústria, em especial a de veículos pesados, passa por um momento em que serão definidas as tecnologias que moverão os automóveis durante as próximas décadas. O executivo vê duas possibilidades neste horizonte: veículos movidos a eletricidade e híbridos (eletricidade/diesel); ou movidos a etanol, biocombustíveis e gás natural.

Cortes indica como tendência para os mercados Premium (EUA, Europa e Japão) a adoção do modelo de produção crescente de veículos movidos a eletricidade, híbrid! os e a hidrogênio. Nestes países, segundo ele, a produção de biocombustíveis é subsidiada, o que a torna cara.

Para os mercados Premium, veículos híbridos (eletricidade/diesel) apresentam vantagens, tais como economia de 20% a 25% de combustível, além do dispositivo de recuperação de energia. A pequena autonomia das baterias ainda é um problema. Os híbridos movidos a eletricidade e a energia hidráulica são uma alternativa promissora mas sofrem com a falta de adequação dos postos. Os carros a hidrogênio seriam uma solução ecológica por não gerarem emissões. A durabilidade dos sistemas de injeção de gás é um obstáculo tecnológico a ser superado.

Nos mercados emergentes, o etanol e os biocombustíveis representam uma oportunidade de baixo custo tecnológico para a redução das emissões e também uma possibilidade de levar bem-estar social ao campo ao promover a agricultura familiar. No Brasil, os veículos flex fuel são uma realidade consolidada. Em 2009, 92,4% dos carros de ! passeio produzidos funcionam com etanol e gasolina. No caso dos caminhões e ônibus, a MAN já fabrica veículos que rodam com diesel, biodiesel, etanol e gás. Roberto Cortes explicou que o biodiesel e o diesel são quimicamente semelhantes, logo, a passagem para biocombustível não será problemática sob o ponto de vista tecnológico.

Além do forte apelo social, os bicombustíveis têm alto potencial de desenvolvimento no Brasil, já que 33% da área agricultável ainda estão subutilizados.

– Acredito que os biocombustíveis são a alternativa ideal para mercados como o Brasil, onde há grande disponibilidade de área agricultável e necessidade de emprego no setor rural.

Após iniciar, em 2009, a produção de veículos que suportam a mistura B20 (20% de biodiesel no diesel), 2010 poderá ser um ano marcante para a MAN, já que começará a produzir veículos flex que rodam com etanol ou biodiesel. Para Roberto Cortes, já foi atingido o estágio tecnológico adequado para o uso do biodie! sel em grande escala.

– Estou convencido de que a solução para o Brasil é biodiesel em larga escala. Estamos há dez anos desenvolvendo esta tecnologia. Hoje, os motores que rodam a biodiesel são tecnicamente comprovados – disse Cortes

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