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Biodiesel: governo quer implementação de projeto no Brasil

Desde sua apresentação, no mês de março, em Ribeirão Preto, muita água já rolou a favor do Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico de Combustíveis Alternativos (Probiodiesel). Segundo informações do coordenador do Projeto, Dr. Miguel J. Dabdoub, do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel/USP), a aceitação foi tão boa nos setores sucroalcooleiro nacional e de oleaginosas que o governo federal está tentando implementar um plano para este setor. “No dia 02 de julho, ele nomeou um grupo interministerial com o objetivo de prosseguir àsdiscussões”, explica. Dois projetos de lei estão tramitando em Brasília para que o elemento passe a fazerparte da cadeia produtiva brasileira.

Na quinta-feira, será realizada uma audiência pública no Congresso Nacional que discutirá a possibilidadedo Biodiesel ser um programa viável. Dabdoub apresenta vários argumentos para provar que oprojeto não só é possível como também apresenta um grau elevado de adesões. Entidades como a UNICA,ABIOVE e Unida, ALCOPAR, SIFAEG, estão de acordo com o projeto, o que é um passo importante para o programa sair do papel.

Em termos financeiros, a adição de 5% do biodiesel na mistura do petrodiesel reduziria a emissão de gasespoluentes, principalmente do metanol, que é um subproduto da mistura utilizado no programa europeu e norte-americano e que é extremamente nocivo ao meio ambiente. “Nosso biodiesel é um resultado da misturade óleos com o álcool e não com o metanol”, detalha. O Brasil compraria 33% a menos de petrodieseleisso favoreceria os números da balança comercial. Novos postos de trabalho poderiam ser criadosalém de divisas para o governo. Quanto a Petrobras, Daudboud garante que a diminuição dasimportações seria um alívio para a empresa, que possui um prejuízo flutuante com a compra do produto no mercado internacional. Outros beneficiados com o biodiesel seriam as indústrias ferroviárias e rodoviárias,como é o caso da América Latina Logística (ALL), que por mês consome 14 milhões de litros dediesel no seu sistema ferroviário e 2 milhões de litros no rodoviário.

Por enquanto, a obtenção do biodiesel acarreta em preços compatíveis como os do diesel originado deelementos fósseis. Contudo, o professor da USP acredita que, logo os setores nacionais passem a investir naprodução do combustível, as cotações do biodiesel passarão a ser mais em conta.

Doubdoub iniciou os estudos no biodiesel há quatro anos a partir da transformação de óleos vegetais e danecessidade de se encontrar meios alternativos que fossem de encontro com o Protocolo de Kyoto. Segundoele, a história do biodiesel é antiga e vai contra a afirmação de alguns cientistas brasileiros de que ocombustível foi descoberto no Ceará. O biodiesel foi apresentado pela primeira vez nos Estados Unidos, nadécada de 40, mas só muito tarde passou a ser utilizado nos países de primeiro mundo. Países comoAlemanha, Áustria, França, Japão e até a Argentina já incorporaram o biodiesel no uso doméstico.

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