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Biocombustível redefine investimentos

O prefeito José Machado assumiu como missão fazer com que o Pólo Nacional de Biocombustíveis — lançado oficialmente no dia 16 de janeiro — traga benefícios para Piracicaba, atraindo investimentos que gerem emprego e renda. “Vamos estar no centro nervoso de tudo isso”, disse o prefeito, que convocou no dia 24 representantes da cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro e de instituições, para um encontro que discutiu o esboço das primeiras ações desse pólo, como a criação de um comitê central, com representação nacional.

Esse comitê, a parte humana da estrutura, materializa a coordenação do organismo, a cargo da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Por isso, vai estar constituído por especialistas de vários setores, que estarão incumbidos de algumas missões, que vão da geração de idéias à definição de políticas públicas para o setor, a parte prática do trabalho.

“Esse comitê pode orientar, por exemplo, a adição de um percentual de biodiesel no diesel usado pela frota brasileira. A aplicação prática dessa orientação virá do governo, como ocorre com a lei que orienta a adição de álcool anidro à gasolina”, informa.

Na reunião do dia 24 foram discutidas algumas propostas para a formatação desse pólo, uma espécie de esboço que será levado à apreciação do ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, mentor do pólo. O professor José Roberto Postali Parra, diretor da Esalq, instituição coordenadora do organismo, disse que a escola cuidará da elaboração de um banco de dados, levantando em todo o território nacional as pesquisas existentes sobre biocombustíveis, garantindo o aproveitamento desse conhecimento, ao mesmo tempo racionalizando tempo e recursos. O diretor também falou da necessidade de estrutura física para esse pólo e confirmou que ele estará instalado dentro da Esalq. “Mas é preciso ressaltar que, apesar de instalado em Piracicaba, o pólo surge como um programa amplo, que terá representatividade nacional”, afirma. O comitê central, por exemplo, deverá estar dividido em sub-coordenações, encabeçadas por representantes de diversas áreas e instituições do país.

Especula-se que os recursos para encaminhar as primeiras propostas poderão vir dos órgãos tradicionais de fomento à pesquisa e até dos chamados fundos setoriais, como os ligados ao setor energético.

RENDA – Estudo que faz parte do relatório do GIT (Grupo Interministerial de Trabalho) aponta que a participação de 6% dos agricultores familiares no mercado do biodiesel e a utilização de 5% do combustível misturado ao petrodiesel proporcionariam uma renda bruta anual de R$ 2,82 bilhões para os pequenos agricultores, como conseqüência de um investimento de R$ 1,32 bilhão em recursos na viabilidade dos projetos. De acordo com o relatório, “a cada R$ 1 aplicado na agricultura familiar, seriam gerados R$ 2,13 adicionais na renda bruta anual, permitindo que a renda média por família no mínimo dobrasse de valor com a medida”, informou o estudo.

Além das vantagens para os pequenos agricultores, o relatório alerta para a possibilidade do uso do combustível na produção de energia elétrica para comunidades isoladas.

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