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Biocombustível pode ser a chance para híbridos a diesel

Os recursos naturais presentes no Brasil o colocam em uma posição central nas discussões sobre o uso de fontes de energia renováveis.

É coerente, portanto, que o país sirva de plataforma de pesquisa para o desenvolvimento dos chamados combustíveis “verdes”, como o etanol e o biodiesel. O que, nem sempre, quer dizer que o brasileiro possa usufruir desse desenvolvimento.

O etanol sofre com a constante variação de preço da cana-de-açúcar, sua matéria-prima, que o torna menos vantajoso que a gasolina em certos períodos. Já a legislação não prevê a venda de carros de passeio a biodiesel.

O combustível, composto de diesel tradicional e de óleos provenientes de fontes renováveis, como a soja e a mamona, é justamente o foco da pesquisa que a PSA (Peugeot e Citroën) realiza no país.

A ideia é utilizar o combustível para mover os híbridos da fabricante, disponíveis inicialmente só na Europa.

“Utilizar biodiesel ajudaria a diminuir ainda mais as emissões desse tipo de veículo, considerado ‘limpo'”, defende Franck Turkovics, gerente de motores da PSA.

O executivo também lidera uma pesquisa que avalia o uso de um biodiesel derivado da cana-de-açúcar.

Esse projeto deve consumir R$ 1,5 milhão até 2013. E, por mais que os carros a diesel não circulem no país, ele acredita que pode ser a chance de o Brasil se tornar um grande exportador de biodiesel.

DESAFIOS

Uma das dificuldades do desenvolvimento do biodiesel é encontrar uma fórmula para o combustível, já que, de acordo com a sua composição, suas características mudam drasticamente.

“Um motor a diesel convencional pode funcionar com o B30 [30% de biodiesel] apenas com alguns ajustes. Já com um óleo inteiramente natural [B100] precisaríamos avaliar quais adaptações mecânicas precisariam ser feitas” explica Turkovics.

Segundo a PSA, um carro híbrido quando utiliza biodiesel a base de cana-de-açúcar emite, por quilômetro rodado, 75g de gás carbônico, quase 30% menos que um carro 1.0 flex abastecido com etanol no mesmo percurso.

O resultado dessa pesquisa foi apresentado paralelamente à Rio+20. Dois carros híbridos do grupo, um Peugeot 3008 Hybrid4 e um Citroën DS5 Hybrid4, estavam à disposição para test drive.

ECONÔMICO

A reportagem avaliou ambos. O motor elétrico, se utilizado sozinho, tem baixa autonomia. São cerca de quatro quilômetros até a carga das baterias se esgotarem.

“A ideia não é fazer o carro ser utilizado como um elétrico, e sim que o motor elétrico auxilie o propulsor a combustão nos momentos mais críticos”, explica o engenheiro David Calmels.

O resultado prático disso era visto no consumo. Tanto o 3008 quanto o DS5 apresentaram médias próximas de 17 km/l de biodiesel em um percurso que, em sua maior parte, teve trânsito pesado. (RL)

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