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Bilionários atrás do etanol brasileiro

O investimento de US$ 200 milhões pode não ser o maior, mas este é sem dúvida o mais badalado projeto de etanol no momento. Com um time de bilionários engajados e comprometidos em salvar o planeta, foi lançada oficialmente ontem a Brenco – Companhia Brasileira de Energia Renovável. Reunidos pelo empresário Ricardo Semler, o time de acionistas fundadores americanos inclui investidores como Vinod Kohsla, Stephen Case, Ronald Burkle, Stephen Bing e James Wolfensohn.

Indiano naturalizado americano, Vinod Kohsla, 52 anos, foi um dos fundadores da Sun Microsystems e é considerado uns dos principais financiadores da bolha da internet, por meio de um fundo de investimentos. Mais recentemente, Kohsla se engajou em uma cruzada para reduzir a dependência dos EUA em relação ao petróleo. Ele é contra a produção de álcool de milho, devido a sua ineficiência, e fã da tecnologia total-flex brasileira. Em uma entrevista recente, diz que se interessou pelo tema do etanol por razões ambientais, mas logo viu que se tratava de uma “grande área para investimentos.”

Seu companheiro de bolha tecnológica, Steve Case, 48 anos, fundador da AOL, também é um recém convertido ao ambientalismo e a filantropia. Case começou a vida como gerente de loja do Pizza Hut e ficou bilionário ao vender a AOL para a Time Warner. O empresário tem investido sua fortuna, estimada em US$ 1 bilhão, em negócios alternativos com perfil social ou ambientalmente correto. Os negócios vão desde plantações de abacaxi no Havaí, sua terra natal, a imóveis e resorts de luxo. No final do ano passado, ele investiu US$ 250 milhões em uma empresa chamada Revolution, cuja missão é ajudar consumidores a planejar e controlar melhor seus investimentos em saúde.

Com uma fortuna estimada em US$ 2,5 bi, Ronald Burkle, 54 anos, fez fortuna no ramo de supermercados em Beverly Hills. Um dos melhores amigos do ex-presidente Bill Clinton, Burkle é também um grande financiador do partido Democrata. Além da simpatia por temas socioambientais, Burkle não sai das colunas de fofoca dos jornais americanos, que o chamam de playboy mulherengo. Apesar de ser visto com uma certa freqüência ao lado de beldades como Gisele Bündchen e de ter seu próprio avião – um Boeing 757 com suite – ele gosta de cultivar uma imagem de modesto. É um grande colecionador de arte e membro do conselho de diversos museus.

Diferentemente dos colegas bilionários da Brenco, o produtor de cinema Steve Bing, 41 anos, não construiu sua fortuna de US$ 600 milhões do nada. Ele a herdou, aos 18 anos. A maior parte do patrimônio foi constituído pelo avô de Bing, que construiu apartamentos de luxo na Nova York dos anos 20. Grande amigo de Burkle, Bing abandonou a faculdade para se dedicar ao cinema. Dirigiu em 1993 um filme erótico que atraiu péssimas críticas. Há cerca de cinco anos, teve um caso com a modelo britânica Elizabeth Hurley, que acabou por engravidar. Ele negou a paternidade, até ser desmentido pelos testes de DNA. Pelo seu comportamento, foi apelidado pelos tablóides britânicos de Steve Bing Laden.

Australiano naturalizado americano, James Wolfensohn, 73 anos, fez sua fortuna no mercado financeiro – seu escritório foi um dos mais atuantes durante a febre de fusões e aquisições em Wall Street nos anos 80. Mas a fama mundial veio com a presidência do Banco Mundial, em 1995, cargo que ocupou até 2005. Seu maior legado foi incorporar questões de pobreza e meio ambiente às práticas do banco.

Do lado brasileiro, os principais acionistas da Brenco são Semler, por meio do grupo Semco, e a Tarpon All Equities, fundo administrado pela Tarpon Investimentos, que tem um patrimônio de R$ 1,2 bilhão. A Brenco será presidida pelo ex-presidente da Petrobrás, Philippe Reichstul, que também possui uma cota do investimento.

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