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Bicombustível ressuscita o álcool, diz Lula

Na sua visita à fábrica da General Motors do Brasil em São Caetano do Sul, no ABC paulista, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou o apoio da indústria automobilística para incentivar o consumo do álcool no País com a produção do automóvel bicombustível. “Apenas um ano atrás, os produtores de álcool não tinham nenhuma esperança e nenhuma expectativa de que o Brasil voltaria a produzir carro a álcool como na década de 90”, disse o presidente.

Consumidor escolhe

“Agora, o que estamos vendo (…) não é mais o cidadão escolher se ele quer um carro a álcool ou um carro a gasolina. Com o mesmo dinheiro ele vai comprar os dois e, se Deus quiser, logo uns três, porque já estão pensando em colocar gás também no carro.” O presidente destacou também em seu discurso que a indústria automobilística brasileira compreendeu, de forma inteligente, que um País que conseguiu, ao longo de 30 anos, desenvolver uma fonte de energia alternativa renovável, como o álcool, não poderia deixar de tê-la como política de energia.

O vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, disse que a montadora está apoiando o programa do álcool, ao dizer que toda sua linha terá produção com modelos bicombustível. “Com os carros flexíveis, o Brasil dispõe hoje do único programa alternativo de combustível do mundo”, destacou.

Em seu discurso, o vice-presidente da GM voltou a manifestar-se a favor de uma alíquota única de IPI para todos os automóveis. “Somos a favor de uma alíquota de IPI igual ao que já acontece em todos os países do primeiro mundo. Isso evitaria distorções de mercado”. Feijóo defende carro popular.

Já o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, defende a manutenção diferenciada do IPI, com privilégio maior para o carro popular. “O Brasil não tem grande consumo de carros de luxo, mas sim de popular. Portanto, é preciso se concentrar em volumes de vendas que ofereçam ganhos de escala”.

O vice-presidente da GM disse que a empresa não falou com o governo em vantagem fiscal para os automóveis com motor flexível. “Qualquer tipo de incentivo ao álcool é importante, mas não necessariamente pela via fiscal”.

Luiz Inácio Lula da Silva é o primeiro presidente da República a visitar a fábrica da General Motors de São Caetano, inaugurada em 1930, cinco anos depois da chegada da empresa ao País – a montadora vai completar 80 anos de atividades no País no dia 25 de janeiro de 2005. Juscelino Kubitschek participou da cerimônia de inauguração do complexo industrial de São José dos Campos, no interior de São Paulo, no dia 10 de março de 1959, de onde saiu o primeiro motor Chevrolet. Fernando Henrique Cardoso inaugurou o complexo industrial de Gravataí (RS), em 20 de julho de 2000.

Frota com dinheiro de multa

Na fábrica da GM em São Caetano o presidente Lula participou ontem da cerimônia de entrega de 305 veículos especiais – 140 Zafira – 125 Astra e 40 S-10 – para a Polícia Rodoviária Federal. As viaturas foram adquiridas com o dinheiro da arrecadação de multas nas estradas brasileiras. Segundo Pinheiro Neto, a GM tem cerca de 60% de participação na frota de veículos da Polícia Rodoviária Federal.

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