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Biagi Filho assume seu lado consultor

Nascido e criado dentro da usina fundada por seu pai, a Companhia Energética Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), Maurílio Biagi Filho até tenta se desvencilhar de seu legado como usineiro. Mas não consegue. Em seu escritório de Ribeirão Preto, de onde concedeu entrevista ao Valor, o empresário afirmou que está diversificando sua área de atuação, mas sem fugir muito dos negócios sucroalcooleiros.

Biagi Filho agora também atua como uma espécie de consultor para empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil e até mesmo para grupos nacionais que desejam expandir sua atuação nas áreas de açúcar e álcool. O empresário será sócio, com participação minoritária, do grupo nordestino Tavares de Melo e do governo do Acre na usina Alcobras, desativada no Estado desde o fim dos anos 1980.

À vontade em sua nova “carreira”, Maurílio Biagi Filho disse que já fez de tudo no setor sucroalcooleiro e que tem flexibilidade para dar uma guinada de 180 graus. “Sou reconhecido dentro e fora do setor. Falo o que penso e estou disposto a ouvir também”, afirmou o empresário. “Recebo ligações todos os dias de empresários interessados em investir no setor”.

Desde o início do ano passado, o empresário não faz mais parte da direção da Companhia Energética Santa Elisa, onde esteve à frente dos negócios por mais de 30 anos. A saída ocorreu após um conturbado acordo fechado com sua família. Mas a saída do empresário da direção de uma das maiores usinas de açúcar e álcool no país não tirou Biagi Filho dos holofotes do setor. Em janeiro passado, por exemplo, ele atuou como ponte entre empresários e governo no frustrado acordo para limitar a alta dos preços do álcool combustível no mercado a um teto de R$ 1,05 por litro.

Biagi criticou a posição dos empresários do setor de quebrar o acordo fechado como o governo, fato que gerou uma crise no país e tornou desconfortável a posição do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Precisamos saber se o setor está disposto a produzir álcool sem se importar com a alta dos preços do açúcar”, disse. Para o “empresário/consultor”, o setor tem de se posicionar. (MS)

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