O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 392 milhões para a Bioenergética Vale do Paracatu, que será empregado na Usina Bevap, que deverá começar as operações em julho deste ano. A unidade terá capacidade para moer três milhões de toneladas por ano de cana-de-açúcar, a partir de 2010.
A produção será voltada para etanol hidratado e cogeração de energia elétrica, em João Pinheiro (MG). A capacidade instalada de geração será de 80 megawatts (MW), dos quais 60 MW serão comercializados e os 20 MW restantes utilizados para consumo próprio.
O BNDES acredita que os investimentos vão gerar 3.285 empregos diretos. A construção da planta demandará, no total, R$ 653,6 milhões. Portanto, a participação do BNDES no investimento será de 60%. Uma parcela do crédito, R$ 97milhões, será repassada diretamente pelo BNDES e outra, de R$ 295 milhões, por intermédio de um consórcio de bancos liderados pelo Banco do Brasil.
O etanol produzido será destinado ao mercado brasileiro. O empreendimento também contempla a formação de 26,6 mil hectares de lavoura (dos quais 8,5 mil são próprios) necessários para o fornecimento de cana-de-açúcar. A previsão de prazo para implantação é de 18 meses, a primeira moagem marcada para junho deste ano. O projeto prevê 100% de mecanização e irrigação.
A Bevap foi constituída em abril de 2007, e tem entre seus controladores o Grupo Rodovias Integradas do Oeste (SPVIAS).
Leilão
A Bioenergética Vale do Paracatu participou do Leilão de Energia de Reserva, realizado pelo Governo no ano passado. Só nos primeiros três anos de contrato, de 2010 a 2012, a usina terá uma receita fixa de R$ 60 milhões. A partir daí, até 2025, a receita anual será de R$ 27,27 milhões. O Valor de R$ 60,02/KW/h foi o segundo maior do leilão.
Minas Gerais
Além da Bevap, outras três usinas deverão entrar em operação este ano em Minas Gerais. A Usina Vale do Paracatu Agroenergia (VPA), Companhia Energética do São Simão (Santa Vitória) e Usina Cerradão (Frutal) são citadas no boletim 298 produzido pela assessoria da Associação das Indústrias de Açúcar e Álcool (AIAA), Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (Siamig) e do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de MG (Sindaçúcar-MG).