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BB destinou R$ 6,4 bi de crédito rural em julho e agosto

Desde o início de julho até o final de agosto, o Banco do Brasil aplicou cerca de R$ 6,4 bilhões em operações de crédito rural na safra 2009/2010. O valor representa um aumento de 143% em relação aos recursos liberados no mesmo período do ano passado. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (9), em entrevista coletiva na sede do Banco do Brasil, em Brasília. Na ocasião, também foi anunciado um convênio de R$ 90 milhões entre o BB e a Petrobras Biocombustível para financiamento a 60 mil agricultores familiares do semi-árido.

Com a quantidade de recursos aplicados, o Banco do Brasil reforça sua liderança no segmento de crédito rural. Até julho, o BB participou com 63,2% no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

Desde o início do atual Plano Safra, o Banco investiu mais de R$ 1,2 bilhão na agricultura familiar, com um crescimento de 164% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as cooperativas de agronegócio receberam R$ 377,5 milhões na safra 2009/2010.

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes, apontou os principais fatores responsáveis pelo aumento, entre os quais a disponibilidade de contratação desde o primeiro dia da safra de todas as linhas de crédito rural e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em todas as agências do Banco do Brasil. “Acreditamos que até novembro vamos ter financiado 95% dos custeios da safra”. Em 2008, este resultado foi alcançado em dezembro.

Outro fator apontado pelo vice-presidente foi o aumento do teto de recursos controlados nas operações de custeio e Empréstimos do Governo Federal (EGF) e ampliação do limite das operações de investimento com recursos obrigatórios de R$ 130 mil para R$ 200 mil por beneficiário por ano safra.

Também foi destacada a revisão da classificação de risco de operações de crédito. Este processo, feito com base! na resolução 3.749 do Conselho Monetário Nacional, permitiu a revisão de risco de crédito de 94 mil produtores.

Segundo José Carlos Vaz, diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, o aumento dos financiamentos no período tem a ver com a antecipação dos produtores nos preparativos para a safra. Porém, Vaz acredita que possa haver um incremento entre 30% e 40% em novos recursos para as operações de crédito. A previsão só deve ser confirmada em novembro.

Até o fim do atual Plano Safra, o Banco do Brasil deve destinar cerca de R$ 39,5 bilhões ao crédito rural. Para José Carlos Vaz, é provável que este valor tenha um acréscimo.

O diretor afirmou que o crédito rural foi um dos instrumentos usados pelo Governo Federal para combater as turbulências econômicas. “Queríamos que houvesse a liberação dos financiamentos logo no começo para mostrar que não faltariam recursos”, frisou.

Biocombustível

O diretor-presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Ro! sseto, falou da parceria entre a empresa e o Banco do Brasil. O montante de recursos será destinado a financiar pequenas propriedades que cultivam mamona, girassol e soja. Esses plantios são a matéria-prima para produção de biocombustível das usinas de Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG). As três unidades fabricam por ano 174 milhões de litros de biocombústivel.

“Com esse contrato queremos criar condições para o aumento da renda para famílias mais pobres por meio do acesso ao crédito. Ao mesmo tempo, iremos aumentar a produção de matéria-prima para nossas empresas”, disse Miguel Rosseto. Segundo ele, o fato de os contratos com os agricultores serem de cinco anos ajuda a criar um ambiente de estabilidade para a produção.

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