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Basf avalia o uso do etanol na fabricação de produtos químicos

Como está o desenvolvimento da Basf em cana transgênica?

Temos algumas pesquisas. A Basf tem uma entidade separada que tem como centro de competência todas as atividades dessa área de transgênicos. Aspectos mais próximo são soja transgênica. O objetivo é a melhoria das plantas em si e maior resistência contra a seca, porque no futuro sabemos que haverá falta de água no planeta. A melhoria dessas safras significa também produtos com mais vitaminas, trigo com mais vitamina, arroz com mais vitamina, porque na Ásia as crianças têm problemas por causa da falta de algumas substâncias.

Gazeta Mercantil – A Basf faz pesquisas aqui que servirão para o mundo todo ?

Essa pesquisa é concentrada na Alemanha, mas temos contatos aqui com instituições e por isso temos comparações em todo o mundo.

Gazeta Mercantil – Como estão os estudos para o uso do etanol?

Estudamos vários processos para ter o etanol como uma base da área química. É uma pesquisa a médio e longo prazos também. Em primeiro lugar temos como base o petróleo e a nafta. Por isso, para ter unidades eficientes é preciso ter escala mundial. Isso faz a química eficiente e competitiva. No caso do álcool, quando se constrói uma unidade do mesmo tamanho cria-se um grande problema de logística , custa caro. É preciso ter certeza que o álcool não subirá além de um patamar. A resposta é ter uma boa tecnologia para fazer isso em unidades menores, tecnologia de ponta e isso significa que leva de 3 a 5 anos para pesquisar, não é muito fácil.

Gazeta Mercantil – Tem algum desenvolvimento?

Estamos estudando. Tem produtos que valem a pena especialmente aqui no Brasil. Achamos que aqui com certeza a base é mais barata. O Brasil tem a melhor tecnologia de produção de álcool e cana.

Gazeta Mercantil – A Basf não tem estudos nessa área fora do Brasil ?

Tem porque essa é uma tecnologia complexa, temos toda pesquisa básica concentrada na Alemanha. Lá temos 12 mil pessoas só trabalhando em pesquisa. O investimento na área fica entre “‚¬ 13 bilhões e “‚¬ 14 bilhões por ano. No Brasil são R$ 40 milhões basicamente para recursos renováveis, agricultura e tintas imobiliárias.

Gazeta Mercantil – Na área de tintas, a Suvinil lidera, mas a união da Akzo com a ICI não preocupa?

Esperamos continuar como líderes de mercado. A chave do sucesso da Suvinil é a alta qualidade com base de tecnologia alemã. Além disso, a imagem da marca é muito boa. Por isso estamos reforçando nossa posição, investindo entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões em marketing este ano.

Gazeta Mercantil – O sr chegou ao Brasil em 1999 e quais os desafios que enfrentou? Há prazo para sua permanência no País?

O maior desafio para uma empresa alemã é planejamento. Os alemães adoram planejar e por isso mandamos nosso pessoal financeiro para cá onde planejar é um grande desafio. Lembro bem da crise de energia (2001/2002), o PIB planejado era 5,5% e chegamos com cerca de 1%. O desafio para liderar o negócio é introduzir uma certa flexibilidade. Nossas ferramentas financeiras estão entre as melhores do mundo. Por isso, nossa área financeira no Brasil é benchmarking para a Basf em todo mundo. Além disso, a área não só no Brasil como no Chile é plataforma para candidato potenciais devido à grande volatilidade. Eles aprendem tudo, sempre tem novidades, é uma boa experiência. Quanto a permanência por aqui normalmente o prazo é de 4 anos mas pode ser prorrogado. Não existe nada no momento quanto a mudanças nesta região. Gosto muito de ficar no Brasil

Gazeta Mercantil – Quando o sr. chegou em 1999 houve a desvalorização. O que precisou mudar?

O ponto principal é a flexibilidade para reduzir estoques. Esse capital circulante em 1999 era duas vezes maior do que atualmente.

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