Em novembro, as exportações do agronegócio somaram US$ 8,36 bilhões, recorde para o mês, conforme dados divulgados na última sexta-feira (10) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O resultado positivo ocorreu em função dos elevados preços médios dos produtos do agro exportados pelo Brasil. O índice de preço desses produtos foi 22,3% superior ao observado em novembro de 2020. Por outro lado, o índice de quantum apresentou queda de 12,7% no mesmo período analisado.
O recorde anterior para os meses de novembro foi registrado em 2011, quando as vendas externas foram de US$ 8,31 bilhões.
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As importações de produtos do agronegócio cresceram 10,5%, chegando a US$ 1,45 bilhão. Esses valores também foram impactados pela alta dos preços médios, como trigo (+25,3%), papel (+22,9%) e óleo de palma (+59,7%). O saldo da balança comercial do agronegócio atingiu US$ 6,9 bilhões. O agronegócio contribuiu com 41,2% nas exportações totais brasileiras.
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em novembro de 2021 foram: complexo soja (24,9% de participação), carnes (15,6%), produtos florestais (15,0%), complexo sucroalcooleiro (11,9%) e café (7,4%). Esses cinco setores foram responsáveis por praticamente três quartos do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio (74,8%).
Em novembro de 2020, os mesmos setores responderam por 67,8% do valor total exportado, o que mostra maior concentração. Como será apresentado nesta nota, a grande diferença entre estes dois anos é o valor exportado pelo complexo soja, que observou crescimento da participação de 13,9% em novembro de 2020 para 24,9% em novembro de 2021.
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As exportações do complexo sucroalcooleiro declinaram de US$ 1,0 bilhão em novembro de 2020 para US$ 991,59 milhões em novembro de 2021 (-0,8%). O açúcar é o principal produto de exportação do setor. Foram US$ 921,79 milhões em exportações de açúcar (+7,4%), ou 2,66 milhões de toneladas (-8,2%). A queda do volume exportado foi mais que compensada pela elevação de 17,0% no preço médio de exportação (US$ 346/tonelada).
A produção brasileira segue afetada pela seca que ocorreu na área produtora, além de redução de área plantada. Por sua vez, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) reduziu a projeção de déficit da produção global de açúcar na atual temporada mundial (2021/22), em recente relatório divulgado: 2,55 milhões de toneladas, contra 3,52 milhões de toneladas do relatório de agosto/21.
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Apesar dos problemas enfrentados no Brasil, o USDA estima a produção mundial de açúcar em 181 milhões de toneladas (2021/2022), semelhante à produção anterior, compensada por ganhos de produção na União Europeia, Índia, Rússia e Tailândia. Os principais importadores de açúcar em bruto do Brasil foram: China (US$ 109,96 milhões; -15,3%); Argélia (US$ 85,41 milhões; +75,1%); Bangladesh (US$ 72,81 milhões; +39,9%); Emirados Árabes Unidos (US$ 72,43 milhões; +69,0%); e Malásia (US$ 53,70 milhões; +54,5%). Ainda no setor, as exportações de álcool foram de US$ 40,67 milhões (-51,0%), com redução de 66% no volume exportado (compensada pelo aumento do preço médio de exportação em 44,0%).