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Balança comercial continua em alta

Nem a cotação cambial, apenas um pouco mais favorável do que em outros meses, nem a Copa do Mundo, com as horas de trabalho perdidas, conseguiram afetar o ritmo do comércio exterior do Brasil que, no mês de junho, apresentou saldo de US$ 4,082 bilhões, o maior deste ano e ligeiramente superior ao do mesmo mês do ano passado, que havia sido de US$ 4,033 bilhões.

A média por dia útil das exportações foi bastante elevada, US$ 544,5 milhões, com crescimento de 16,6% em relação a maio e, neste ano, só foi ultrapassada em abril.

Poder-se-ia pensar que esse saldo positivo tenha sido fruto da queda das importações, em razão da greve dos fiscais e dos auditores da Receita Federal que durava quase dois meses.

Mas as compras externas, levando em conta os dias úteis, que aumentaram 24,8%

em junho ante o mesmo mês do ano passado, acusam também um crescimento de 6,3% relativamente a maio. É provável que a ligeira desvalorização do real ante o dólar tenha tido alguma influência nessa evolução. Nota-se que as exportações de produtos básicos aumentaram 18,6% em relação ao mês anterior, com destaque para os aumentos do minério de ferro (80,7%) e do fumo em folhas (58%). As exportações de semimanufaturados cresceram 44,7%, com destaque para açúcar, ferro, aço e celulose. Os produtos manufaturados, que representam mais da metade de nossas vendas ao exterior, cresceram em média 10,7% em relação ao mês anterior, e, além do açúcar refinado, com crescimento de 28,4%, as vendas de aviões aumentaram 191,1% e de automóveis de passageiros, 7,7%.

Do lado das importações é preciso assinalar o aumento de 20,4% nas compras de automóveis e de 20% nas de combustíveis e lubrificantes. As importações de bens de capital aumentaram 1,6% e as de máquinas industriais, 33%, em valor total.

Os efeitos do câmbio, que demoram para se fazer sentir, indicam, porém, que a apreciação do real ante o dólar está favorecendo as importações, em detrimento da indústria nacional. As simulações realizadas para se identificar uma cotação de equilíbrio, num trabalho da Consultoria MCM, não nos parecem convincentes, na medida em que não levam em conta as vantagens decorrentes do real valorizado (na compra de equipamentos, como incentivo à melhoria da produtividade, etc.), embora haja, de fato, um sério problema com o câmbio.

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