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Aumento do álcool já preocupa Lula

Depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do abastecimento de álcool, o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, tentou tranqüilizar os consumidores e informou que a produção recorde na safra 2006/07 e os estoques devem conter a alta dos preços. “Esperamos que as cotações se mantenham conservadoras até meados de abril, quando começa a nova safra”, observou o ministro, referindo-se ao início do período de esmagamento da cana-de-açúcar na região centro-sul do País, que responde por cerca de 85% da produção nacional.

Até lá, calculou Guedes Pinto, os estoques devem cair do nível atual de 4,78 bilhões de litros para 500 milhões de litros.

A produção de álcool na safra 2006/07 do Centro-Sul, concluída em dezembro, somou 15,86 bilhões de litros, um volume recorde. Mas números tão favoráveis não impediram que os preços do álcool nas usinas e nos postos subissem nos últimos dias de dezembro.

De acordo com levantamento semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o preço médio do litro do álcool hidratado, que é vendido diretamente nos postos, aumentou 4,59% na última semana nas usinas paulistas, para R$ 0,84299. Nos postos, a alta foi de R$ 0,10 por litro na passagem do ano.

Apesar das oscilações positivas, o quadro é muito diferente do verificado no começo de 2006, quando os preços superaram o teto acordado pelo governo federal com os usineiros para venda do litro por R$ 1,15 nas usinas. Mesmo assim, a alta recente acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto.

Na reunião de ontem, o presidente teria dito ao ministro que estava muito preocupado com a alta dos preços. Lula também teria cobrado explicações do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Na nota, Guedes Pinto argumenta que não há justificativa para aumentos elevados, tendo em vista o atual quadro de oferta e demanda. “Os números mostram que o mercado estará plenamente abastecido ao longo do ano”, avaliou.

Mesmo com a aparente tranqüilidade, o ministro comentou que os aumentos foram superiores ao esperado, mas, ainda assim, dentro das referências normais de mercado. “Como qualquer outro produto agrícola, o valor do álcool incorpora os custos de carregamento do estoque e está sujeito aos efeitos da sazonalidade”, comentou.

Para o ministro, um dos fatores que justificam a alta é o preço do álcool relativamente vantajoso em relação ao da gasolina. O outro fator é o crescimento da demanda decorrente do período de festas e de férias escolares. Guedes Pinto ainda comentou que a frota de carros bicombustível chegou a 2,5 milhões de veículos e, por causa do apagão aéreo, a população optou pelo transporte rodoviário.

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