Aumento de frota bicombustível eleva consumo de álcool hidratado
O aumento expressivo da frota de automóveis bicombustíveis em 2006 fez com que o consumo de álcool hidratado aumentasse em torno de 1 bilhão de litros, de acordo com o presidente da Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Eduardo Pereira de Carvalho. Segundo ele, parte do aumento do consumo de hidratado deve-se também às medidas que vigoraram em 2006 para combater a prática do “álcool molhado”, ou seja, a adição de água ao anidro, como a adição de corante no anidro e o condicionamento do pagamento do ICMS relativo ao anidro à apresentação de comprovante de compra de volume equivalente de gasolina. “Estas medidas inibiram a sonegação que estava ocorrendo no setor e reduziu a não conformidade do combustível de acordo com as normas de 12% em 2003 para 2,6% em 2006”, disse ele. Ao mesmo tempo que a demanda por hidratado subiu, a demanda por álcool anidro caiu cerca de 1 bilhão de litros.
A expectativa é de que as exportações brasileiras de álcool se mantenham, na safra 2007/08, no mesmo patamar da safra atual, de cerca de 3 bilhões de litros. Na safra 2006/07, as exportações ficaram em 2,9 bilhões de litros, sendo que 58% deste total foram de exportação direta para os Estados Unidos. “Não sabemos se os Estados Unidos continuarão importando álcool diretamente em 2007, mas as perspectivas são de que as exportações trianguladas via Caribe aumentem de 150 milhões de litros para 1,2 bilhão de litros nesta safra”, explica.
Carvalho não vê a expansão da produção de álcool de milho nos Estados Unidos como uma ameaça ao setor sucroalcooleiro brasileiro. “O programa de álcool dos Estados Unidos é bom para o Brasil à medida que ele vai criar novos mercados para o álcool. Precisamos criar novos mercados. Quem compete com o nosso setor é a gasolina, o petróleo, e não outros mercados de álcool.”
