Atraso no plantio reduz produtividade nos EUA
O atraso no plantio de grãos em algumas áreas do Meio-Oeste norte-americano provocará perdas de produtividade na safra 2013/14.
Embora a região leste do cinturão produtor –que inclui Estados como Ohio, Indiana e Illinois– não preocupe, no oeste há vários problemas, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.
Após percorrer, entre o fim de julho e o início de agosto, 5.300 quilômetros em sete Estados americanos, Siqueira considera que os produtores de Iowa e de Minnesota podem apresentar as maiores perdas de produtividade.
Em algumas áreas, o atraso no plantio, provocado pela chuva e pelo frio intenso, chega a quatro semanas. Com isso, as lavouras ainda não estarão no estágio de maturação ao final de setembro, quando esses dois Estados já poderão registrar geadas.
“Com geada no fim do ciclo, podem ocorrer perdas de produtividade e de qualidade no milho e na soja”, diz.
Também em razão da primavera fria e chuvosa, alguns produtores desistiram de plantar e preferiram acionar o seguro rural. “No centro-sul e no sudeste de Minnesota e no centro e no norte de Iowa, as áreas que deixaram de ser plantadas impressionam pelo tamanho e frequência.”
Os produtores americanos deixaram de plantar cerca de 4% da área de 39,4 milhões de hectares estimados para o milho, segundo estimativa preliminar divulgada anteontem pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
“Esses números ainda são controversos e vão ser revistos. Mas uma coisa é certa: muita coisa deixou de ser plantada e isso vai pesar no número final de produção dos EUA”, diz a analista.
Mas não há motivo para alarmismo. Mesmo com esses contratempos, a produção de soja e de milho ainda deve bater recordes e ficar entre 340 milhões e 350 milhões de toneladas (no caso do milho) e entre 85 milhões e 90 milhões de toneladas de soja, segundo estimativa da AgRural, que não considera possíveis perdas com as geadas.
Até passar o período sujeito a geadas, a volatilidade deve marcar os negócios na Bolsa de Chicago. Nesta semana, o contrato de milho com vencimento em setembro subiu 1,7%. Já a soja com entrega para a mesma data caiu 4,3%.
