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Atraso na colheita de cana do Brasil pode fazer déficit de açúcar aparecer

Atrasos na colheita de cana do Brasil devido a chuvas podem significar que um longamente esperado déficit global de oferta do adoçante finalmente irá aparecer.

Apesar de projeções de diversos analistas para um déficit global substancial em 2015/16, a oferta imediata tem sido abundante devido a um rápido início da colheita no centro-sul do Brasil, em meio a um excelente clima.

O economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), Sergey Gudoshnikov, disse que a produção do centro-sul do Brasil nas seis semanas até 15 de maio foi o dobro da registrada no mesmo período do ano passado.

A principal área de cana do país produziu 2,06 milhões de toneladas de açúcar na primeira metade de maio, ante 1,81 milhão de toneladas no final de abril, segundo a associação da indústria Unica.

O primeiro contrato do açúcar bruto na bolsa ICE subiu para máximas em 23 meses de 18,02 centavos de dólar por libra-peso nesta quinta-feira, refletindo expectativas do mercado de um déficit global em 2015/16, após diversos anos de sobreoferta.

Mais cedo neste mês, a ISO projetou um déficit global de açúcar de cerca de 3,8 milhões de toneladas em 2016/17, ante déficit de 6,65 milhões de toneladas em 2015/16.

O sentimento de que o déficit é iminente intensificou-se com o aumento de chuvas na segunda metade de maio e previsões de chuva forte na primeira metade de junho, o que deverá atrasar a moagem de cana no centro-sul do Brasil.

Além disso, a forte competição entre carregamentos de açúcar e soja nos portos do Brasil, junto com as chuvas, tem contribuído para longas filas para exportação.

Alguns agentes de mercado estimam que as usinas perderão entre seis e oito dias de moagem na primeira quinzena de junho, ante 3,5 dias de atraso em maio.

“O pessoal está começando a falar sobre um aperto (na oferta) no começo do próximo ano, antes do início da colheita no centro-sul do Brasil”, disse o chefe de corretagem de açúcar na ABN AMRO Markets, James Kirkup.

Fonte: (Reuters)

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