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Aterros Sanitários também podem gerar energia elétrica e comercializar créditos de carbono

Mesmo sem a ratificação do Protocolo de Kyoto, o mercado de Crédito de Carbono vem acontecendo nas negociações a balcão, ou seja, sem que haja custódia oficial dos projetos. Com isso, agentes de mercado em diversos setores industriais estão se movendo para conhecer mais os mecanismos de Crédito de Carbono e as formas de explorar as possibilidades de ganho.

Um desses setores é o de aterros sanitários e recuperação de lixões, onde a queima do gás metano que seria liberado para a atmosfera representa um enorme ganho em termos de redução de emissão de gás de efeito estufa.

As perspectivas desse novo mercado para financiamentos de projetos de energia limpa estarão apresentadas no VI Seminário Internacional de Geração Distribuída e Exposição de Serviços que o INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética realiza nos dias 01 e 02 de outubro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.

Marcelo Schunn Diniz Junqueira, diretor da Econergy Brasil, será o coordenador do painel sobre o mercado de carbono, que acontece das 14 às 15 horas, no dia 02 de outubro. Junqueira fará a abertura do painel, atualizando os participantes com as últimas novidades do Protocolo de Kyoto e de outros mercados de carbono nascentes, como a Chicago Climate Exchange (CCX) e o Emissons Trading Scheme (ETS) europeu. Uma breve abordagem será feita também ao CleanTech Fund, o fundo de investimento em projetos de tecnologia limpa que tem a Econergy como gestora e que iniciará operações no início de 2004. O CleanTech tem foco em projetos que geram créditos de carbono.

Gás do Lixo

Especializada na prestação de assessoria técnica e financeira e no desenvolvimento de novos negócios que envolvem os projetos de tecnologia limpa, a Econergy foi a primeira empresa a enviar metodologias para determinação de uma linha-de-base, ou cenário de referência, para o cálculo de Créditos de Carbono, e para o monitoramento dos projetos de co-geração com a biomassa da cana-de-açúcar para aprovação e registro no Banco de Dados do Secretariado de Mudança Climática da ONU – Organização das Nações Unidas. Atualmente, ela desenvolve projetos para 16 usinas sucroalcooleiras em vários estados brasileiros e vem analisando a possibilidade de também desenvolver projetos de energia limpa em aterros sanitários, onde acontece a queima do gás metano.

De acordo com Marcelo Junqueira, o metano é um gás com um potencial de aquecimento global 21 vezes superior ao do CO2, que é produzido na queima de combustíveis fósseis e considerado o maior vilão do aquecimento do clima terrestre. “Como o lixo produzido pelos lares brasileiros contém uma elevada fração de orgânicos, a produção de metano nos aterros e lixões é significativamente elevada, garantindo a viabilização do projeto”, explica.

Há dois meses, a Econergy vem realizando a análise de carbono do Centro de Gerenciamento de Resíduos de Paulínia (interior de São Paulo) da Estre – Empresa de Saneamento e Tratamento de Resíduos. “É um trabalho pioneiro que a Econergy está realizando. Esse aterro iniciou suas operações em 2000, sendo o primeiro a ser implementado pela empresa. Uma vez concluídas as análises, faremos um estudo sobre as melhores opções para o aproveitamento energético do gás, incluindo a geração de eletricidade. Caso essa opção se viabilize, a Estre será a primeira empresa de gerenciamento de resíduos a implantar tal iniciativa”, diz.

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