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Até 2020, o Brasil necessita de quase sete Belo Monte de energia

O potencial do setor sucroenergético ainda não é totalmente aproveitado para geração de bioenergia, pois apenas 20% das usinas cogeram energia do bagaço no país. Nesse contexto, estudos comprovam que até 2020 o Brasil precisa acrescentar ao sistema elétrico o equivalente a quase sete usinas Belo Monte. O consultor de Bioeletricidade e especialista em agroenergia da Fundação Getúlio Vargas, Zilmar de Souza, afirma que isso significa que o País não pode abrir mão de uma fonte limpa, renovável e disponível, que vem do campo e pode responder por quase metade dessa demanda.

Segundo a Unica, das 432 usinas de processamento de cana em atividade no Brasil, 129 hoje exportam seu excedente de bioeletricidade, 70 delas no Estado de São Paulo. “Isso já representa mais de 2% da eletricidade utilizada pelo País, atendendo ao consumo anual médio de 20 milhões de brasileiros. É também o equivalente a 20% da energia que virá de Belo Monte quando a usina estiver concluída e em plena atividade, prevista para o ano de 2019”, segundo a entidade.

Em seu discurso durante o Ethanol Summit 2011 hoje (6/6), o governador Geraldo Alckmin informou que atualmente o Estado de São Paulo, exporta 660 megawatts de bioenergia e pretende atingir a marca de 5500 megawatts em 2015.

Dessa forma, o consultor Souza afirma que é preciso ficar claro que a ampliação da atual contribuição da bioeletricidade para a matriz energética nacional é algo plenamente viável. “Dados da UNICA mostram que o setor sucroenergético pode suprir em até 15% o consumo nacional de eletricidade. O setor, que já surpreendeu o mundo com a eficiência e a sustentabilidade do etanol, pode repetir a dose com a bioeletricidade. E o EthanolSummit, que reúne um contingente importante de visitantes e especialistas de todos os continentes, é um momento perfeito para darmos esse recado,” completa.

Em nota a Unica informa que a energia limpa é produzida através da queima de bagaço e palha de cana em caldeiras que geram vapor e eletricidade e traz também ganhos para a redução de emissões de gases que contribuem para o aquecimento global. “Isso porque todo o carbono emitido na produção é resgatado durante o crescimento da cana. Também contribui para a conta positiva o fato da bioeletricidade substituir as usinas térmicas, que utilizam combustível fóssil. As estimativas são de que em 2010, sem a bioeletricidade da cana gerada para a rede, o setor elétrico brasileiro teria emitido cerca de 10% a mais de gases causadores do efeito estufa”, lembra a Unica.

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