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Astra roda com gasolina, álcool ou GNV

Depois da tradicional disputa de mercado sobre os carros de grande volume de vendas, os chamados “populares”, uma das brigas mais acirradas pelo coração do consumidor acontece no segmento de sedãs médios. Bailam nesse ringue Chevrolet Astra, Toyota Corolla, Honda Civic e Ford Focus. Depois de derrotas sucessivas para o Civic e, principalmente, para o Corolla, a GM resolveu adotar uma “estratégia etílica” e equipou o Astra com motor flex – que roda com álcool e gasolina em qualquer proporção. A ação surtiu efeito e, empolgada com o sucesso de marketing que o uso de combustíveis alternativos trouxe, a montadora resolveu apostar também no uso de GNV e lançou, em setembro de 2004, o Astra Multipower, um flex que já vem de fábrica com cilindro para gás natural veicular.

O objetivo, obviamente, era impulsionar as vendas do Astra adicionando ainda mais opções na gama de versões do modelo – que também conta com uma variação para bolsos mais modestos, batizada de Advantage. Com o Astra Multipower, a General Motors também esperava conquistar frotistas e motoristas de táxi. Pelos números de vendas no acumulado do primeiro semestre desse ano, a GM entregou 7.810 unidades do Astra sedã – 800 na versão Multipower -, enquanto foram vendidos 15.431 Corolla, 10.372 Civic e 2.892 Focus sedã.

E como o sistema tricombustível do Astra é instalado de fábrica, traz alguns diferenciais interessantes. O sistema de injeção seqüencial eletrônica do carro foi desenvolvido para “ler” os três combustíveis. Já a alimentação do motor acontece por dois circuitos independentes – um para os combustíveis líquidos e o outro para o gasoso. Além disso, sempre que o sistema gasoso estiver com menos de 15% de sua capacidade, a central de gerenciamento eletrônico também seleciona automaticamente o uso do combustível líquido. Fora isso, a escolha do combustível a ser usado é feita pelo motorista, através de um comutador no painel.

Essa “engenhoca” culmina em um motor de quatro cilindros em linha, 2.0 litros e oito válvulas, que rende 121 cv a 5.200 giros e 18,3 kgfm a 2.600 giros com gasolina, 127,6 cv a 5.200 giros e 19,6 kgfm a 2.400 giros com álcool e 105,8 cv a 5.200 giros e 16,4 kgfm a 2.600 giros com gás natural. Ou seja, a perda de força com o uso do gás é de 17% em relação ao álcool e de 12,5% em comparação à gasolina. Reside aí, portanto, a maior vantagem do Astra Multipower, já que os carros que recebem “kits” nas convertedoras têm perdas de quase 25% em relação ao álcool.

Contudo, essas facilidades tecnológicas existentes no modelo da GM em relação aos carros que recebem kits de conversão para GNV em lojas especializadas saem caro no bolso. O Astra Multipower com um cilindro de gás natural custa de R$ 57.753 – com ar, trio e direção hidráulica – a R$ 62.197 – com airbag duplo. Já com dois cilindros, o modelo começa em R$ 58.809 e termina em R$ 63.917 – com os mesmos equipamentos da versão com apenas um cilindro. A diferença é que o Astra sedã flex, sem cilindro para GNV, sai a iniciais R$ 54.833 e fecha em R$ 59.853. Ou seja, uma diferença de basicamente R$ 3 mil em relação ao Astra Multipower com um cilindro. Um valor expressivo, principalmente quando se constata que, nas lojas de conversão para gás natural, os kits de oito metros cúbicos similares ao colocado no Astra saem por aproximadamente R$ 2 mil.

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