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Asplan quer maior investimento do Governo no setor canavieiro

Cada vez mais, pequenos e médios agricultores paraibanos estão agregando valor à suas plantações incluindo o cultivo da cana-de-açúcar em suas propriedades. A cana é mais rentável (embora viva um momento de baixa nos preços), encontra no clima e no solo da região, principalmente no Brejo e litoral, condições favoráveis para o seu cultivo, não demanda grandes investimentos iniciais e, ainda, se constitui na melhor alternativa de cultura para retomada do desenvolvimento de qualquer região. Mas, apesar de todas essas vantagens, o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba-Asplan, José Inácio de Morais, afirma que o estímulo ao plantio da cana-de-açúcar, por parte do Governo Estadual ainda é muito insipiente, principalmente, quando levado em consideração a importância do setor canavieiro, um dos que mais geram emprego e renda para a mão de obra não qualificada na região. Atualmente, na Paraíba, o setor emprega 30 mil pessoas.

“Dada a relevância do setor e a importância estratégica do álcool, já que a 80% da produção estadual corresponde ao álcool, o Governo deveria investir, prioritariamente, no estímulo a produção de cana”, afirma o presidente da Asplan. Na Paraíba, por exemplo, de acordo com José Inácio, apenas um convênio com o Governo do Estado foi firmado até agora. “O convênio de Cooperação Técnica, firmado em julho do ano passado, entre a Secretaria de Agricultura da Paraíba e a Asplan, para o plantio de cana-semente em 100 hectares do Brejo paraibano foi a única iniciativa governamental no sentido de estimular o setor canavieiro”, diz o presidente da Asplan.

De acordo com José Inácio de Morais, as ações de investimentos no setor agrícola, por parte do Governo do Estado, não vêm contemplando os canavieiros como deveria. “Só se fala em investimentos nas culturas do algodão, da mamona e do sisal, todas praticamente dizimadas no Estado enquanto que, a cana-de-açúcar foi a única que conseguiu sobreviver e se manter, nos últimos dez anos, e que tem potencial para promover um incremento considerável no setor agrícola do Estado”, desabafa José Inácio de Morais. “Já é hora do Governo “acordar” e perceber que o setor canavieiro é quem reúne mais condições de trazer desenvolvimento para a região e, a partir daí, priorizar o segmento”, afirma.

José Inácio de Morais lembra que, com o convênio firmado com a Secretaria de Agricultura, foi possível plantar cem hectares de cana-de-açúcar para sementeira no Brejo paraibano e essa produção será suficiente para o plantio de 800 hectares no próximo ano. “O efeito multiplicador, baseia-se no fato de que cada hectare de cana semente é suficiente para o plantio de oito hectares da cultura. Logo, como o convênio viabilizou o plantio em 100 hectares, em 2004 haverá sementes suficientes para o plantio em 800 hectares”, explica. Ele lembra que as sementes são das variedades SP 1011, SP 3250 e SP 4764.

Segundo o presidente da Asplan o secretário de Agricultura, Francisco de Assis Quintans afirmou que o Governo, a exemplo do que está fazendo com a distribuição de sementes de outras culturas, analisa a possibilidade de comprar 4 mil toneladas de cana-semente para distribuir com os pequenos agricultores do Brejo paraibano. “A proposta é que o governo compre a cana-semente e doe para os agricultores. Esse montante daria para plantar 400 hectares e beneficiar mais de 300 produtores rurais”, afirma. José Inácio lembra que essa ação já foi realizada. Em 2002, o ex-governador José Maranhão distribuiu o equivalente a 70 hectares de cana-semente para pequenos produtores daquela região.

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