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Arysta retoma a aposta em herbicidas seletivos

A japonesa Arysta tem renovado suas apostas nas vendas de herbicidas seletivos para a soja, uma fatia de mercado que parecia fadada a desaparecer após a liberação dos transgênicos resistentes ao glifosato, em 2005.

“Há cinco anos, esperávamos uma queda de 75% nas nossas vendas neste segmento. Para nossa surpresa, elas mais que dobraram desde então”, afirma Flávio Prezzi, presidente e CEO da companhia na América Latina. Em 2007, conta, a Arysta vendia pouco mais de 400 mil litros do herbicida seletivo cletodim. No ano passado, as vendas chegaram a 1 milhão de litros.

A explicação, afirma Prezzi, são os problemas crescentes com a resistência de ervas daninhas – que disputam espaço, água e nutrientes com as lavouras de soja – ao glifosato, o defensivo mais vendido no país.

O glifosato, um herbicida não-seletivo (capaz de matar todos os tipos de plantas) é aplicado nas lavouras de soja Roundup Ready (RR), geneticamente modificada para resistir ao produto. Idealmente, sua utilização dispensa o uso de outros produtos destinados a combater ervas daninhas.

Mas, após anos de uso, algumas plantas invasoras começam a resistir à aplicação do glifosato, o que deu algum suspiro para os chamados herbicidas seletivos (que combatem apenas alguns tipos de ervas), caso do cletodim. Atualmente, esses produtos são usados como um complemento ao glifosato. Prezzi acredita que o volume de vendas do cletodim pode triplicar nos próximos anos. “Podemos chegar a 3 milhões de litros”, afirma.

Segundo ele, os focos de resistência tendem a crescer com a disseminação das lavouras de milho com a tecnologia RR no Brasil. “Ainda não é uma questão importante no Brasil. Mas, na Argentina, o surgimento espontâneo de milho resistente ao glifosato no meio da lavoura de soja é um problema cada vez mais comum e que estimula a venda de herbicidas seletivos”, explica.

A Arysta faturou cerca de US$ 400 milhões no Brasil em 2011, cerca de um quarto de sua receita global (US$ 1,6 bilhão). As vendas da companhia, que atua nos segmentos de defensivos e nutrição vegetal, cresceram 28% no ano passado. Apesar disso, a empresa possui uma fatia de mercado ainda pequena – da ordem de 4% – no Brasil. Os segmentos de cana-de-açúcar e hortifrutigranjeiros respondem por quase metade das vendas.

Para acelerar seu crescimento, a empresa assinou em junho um acordo com a Bayer CropScience para licenciamento e comercialização global da fluoxastrobina, um fungicida patentado pela multinacional alemã que pode ser aplicado em lavouras de soja, milho, trigo e cana-de-açúcar. “Ainda não temos registro para usar esse produto no Brasil, e podemos levar alguns anos para obtê-lo”, pondera Prezzi. A Arysta também aguarda a liberação de um novo defensivo para as lavouras de trigo, mas o registro só deve sair em 2014.

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