A semana [iniciada em 14 de setembro] promete trazer novidades — e, com elas, mais volatilidade ao mercado. Teremos a divulgação dos números da UNICA referentes à segunda quinzena de agosto, que já não parecem guardar grandes surpresas; o impacto da posição dos fundos; e a reunião do FED, que pode reduzir a taxa de juros americana — ou seja, tem para todos os gostos.
No açúcar, o mercado fala em um mix próximo de 54% a 55%, moagem acima de 45 milhões de toneladas no período e uma recuperação da ATR. Com isso, a safra já terá atingido entre 65% e 70% da moagem estimada para o ano. Se vamos produzir 590 milhões de toneladas de cana e 40 milhões de toneladas de açúcar precisamos aguardar os próximos capítulos.
Do lado dos fundos, os dados mais recentes da CFTC (Commodity Futures Trading Commission), divulgados na sexta-feira, mostram que eles seguem bastante confortáveis em suas posições, com cerca de 182,608 contratos vendidos, equivalentes a 9,3 milhões de toneladas de açúcar, volume aproximado de 100 dias de exportações brasileiras. Trata-se de um volume relevante e, ao mesmo tempo, vulnerável a qualquer movimento mais abrupto que o mercado possa apresentar.
É a quarta semana consecutiva que os fundos aumentam a posição vendida. No período de quatro semanas eles ampliaram o short de 115,357 para 182,608 contratos, enquanto o mercado variou de 16.94 para 15.84 centavos de dólar por libra-peso. Numa conta simples, precisaram de 600 lotes para derrubar o mercado apenas 1 ponto, ou seja, 30,000 toneladas para derrubar apenas 1 ponto. E se eles fossem recomprar um terço da posição? Em quantos pontos afetariam o mercado na subida? Aí que reside a resposta de um milhão de dólares. Certamente não seria na mesma proporção, mas uma subida mais íngreme.
Desempenho das Exportações e Receitas
As exportações brasileiras de açúcar seguem firmes. Encerramos agosto com um acumulado de 34,000 milhões de toneladas embarcadas entre setembro de 2024 e agosto de 2025, o que representa uma queda de 10,3% em relação às 37,900 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior. No ano-safra atual — de abril a agosto de 2025 —, o volume embarcado somou 14,465 milhões de toneladas, 7% abaixo do registrado no mesmo intervalo do ciclo anterior.
Em termos de receita, as exportações brasileiras totalizaram US$ 15,4 bilhões nos últimos 12 meses, com preço médio de US$ 452.23 por tonelada — o equivalente a aproximadamente 19.70 centavos de dólar por libra-peso, sem considerar o prêmio de polarização. Já no ano-safra iniciado em abril/25, a média caiu para US$ 422.62 por tonelada, ou cerca de 18.40 centavos de dólar por libra-peso.
Análise do Mercado de Nova York e Câmbio
Em Nova York, a semana foi ligeiramente positiva. O contrato outubro encerrou a 15.81 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 23 pontos no acumulado da semana, equivalente a pouco mais de US$ 5 por tonelada. Já o março, que em breve se tornará o contrato de referência após o vencimento de outubro — cujas opções expiram na próxima semana, deixando o mercado atento à possibilidade de entrega — fechou a 16.53 centavos de dólar por libra-peso, o que representa um ganho de US$ 7.28 por tonelada.
Nos vencimentos mais longos, entre maio/26 e março/27, o movimento foi misto, variando de uma alta de US$ 4 por tonelada a uma queda de US$ 1 por tonelada. Já os contratos de 2027 e 2028 recuaram, em média, 12 pontos, o que corresponde a pouco menos de US$ 3 por tonelada.
O câmbio, por sua vez, caminha para encerrar a semana de forma relativamente positiva, com a cotação do dólar atingindo mínima de R$ 5.3442, queda de aproximadamente 1,2% em relação à semana anterior.
No campo político, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por crime de golpe de Estado, fixando pena de pouco mais de 27 anos de prisão. A decisão, contudo, não gerou impacto relevante no mercado de câmbio. Ainda cabe recurso.
Nosso colaborador Marcelo Moreira aponta que no vencimento outubro/25 o gap aberto desde 11 de novembro de 2022, em 15.28 centavos, permanece sem ser fechado. Após negociar na mínima semanal de 15.38 centavos, o contrato recuperou fôlego e voltou a testar a máxima em 15.88 centavos, movimento apoiado pela valorização do real diante da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos na próxima quarta-feira. No curto prazo, os suportes técnicos se situam em 15.70 e 15.27 centavos, enquanto as resistências aparecem em 15.83, 16.31 e 16.74 centavos de dólar por libra-peso.
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