Hedge e derivativos 

Artigo exclusivo para a edição 359 do JornalCana

A Governança Corporativa considera a Gestão de Risco um tema pacificado e fundamental para gerir os negócios da Empresas. 

Falando um pouco da história, derivativos remontam de muitos anos, por volta 1.700 a.C. Jacó compra o direito de se casar com Raquel, filha de Lobão. Aristóteles fala do filósofo e matemático Grego, Tales de Mileto, que ficou rico comprando o direito de usar as colheitadeiras de azeitonas por volta de 600 a.C.  

No Século XVII as compras de opções de bulbos de tulipas na Holanda, e contratos de arroz no Japão, outros exemplos também. Estas citações têm o objetivo de provocar a leitura e pesquisa sobre o tema. 

Hedge e Derivativos

O hedge e derivativos se confundem porque os derivativos podem ser especulativos e para proteção também, tanto para o preço das comodities como para a moeda. 

Partindo da grande crise do petróleo em 1973, quando o Sistema Bretton Woods teve seu fim e levou o câmbio para a chamada flutuação suja, os países e mercados foram em busca de proteção (hedge) derivados ou não. Lembre-se o derivado nunca é mais importante que o principal. 

Vemos que este desafio de buscar proteção para os negócios Empresariais sempre foi algo que exige muito estudo, experiência e dedicação para identificar a real necessidade de cada Empresa. 

Vender ou comprar no físico ou no futuro segue a mesma lógica, uma boa velocidade buscando construir a melhor média no período determinado. 

A importância da Gestão de Risco

Gestão de Risco é uma matéria multidisciplinar, assim dentro de nossas Empresas devemos envolver o Comercial, Financeiro, Contabilidade para testar as as teses e operações sugeridas. 

Toda e qualquer operação deve passar por um DRE simulado para exercitar e testar a viabilidade da operação, usando o teste de stress, nos limites mínimos e máximos, para ver o que aconteceria com o resultado para Empresa. Na dúvida não devemos fazer e buscar novas alternativas. 

Depois de mais de 30 anos em Empresas Exportadoras, vivi a experiencia com Contabilidade em 2 moedas US$ e R$ gerando alta capacidade de análise do hedge da moeda, mas também vivi experienciais em Empresas com baixa qualidade de sistema de informações para decisões. 

Empresas normalmente não formam suas opiniões de dentro para fora, normalmente usam as informações e opiniões vinda do mercado que pode estar do lado oposto dos seus interesses. 

O mercado diariamente diz fixem suas margens, fazendo você crer que o seu custo é conhecido. 

Usando o Comitê de Risco você vai ver com a Contabilidade que no máximo você conhece é seu custo padrão e estimado, nunca o real.  Você vai conhecer seu custo real no fim da safra.  

Então que s história é essa de fiXar as margens? Como na receita o seu custo vai se realizando ao longo do período e buscando a melhor média, para tanto eu digo é preciso manter o olho nas telas dos mercados em busca desta melhor média. 

Como devemos melhor o Custo no Agro fica para um próximo artigo. 

No caso da moeda se temos um projeto bem definido que cabe o custo de um item importado num determinado momento ok, devemos fazer o hedge, se não vamos fazer a melhor média, fixando a moeda por lotes. 

Temos a obrigação de ganhar dinheiro para o Acionista e não acertar na loteria dos mercados. 

Gerson Ferreira

Executivo em Finanças, Controladoria, Administração, Conselheiro

Executivo em Finanças, Controladoria, Administração, Conselheiro